Prints
Hoje eu senti muita falta do mar. Procurei nas pastas de fotos no computador algumas fotos que eu tiro toda vez que vou na praia. Não achei. Abri a nuvem de arquivamento e comecei a procurar, elas tinham que estar lá em algum lugar... Até que achei uns prints. Malditos prints.
Neles estão a primeira conversa em que você dizia ter interesse em mim, o que você via em mim e o interesse em me conhecer melhor... Havia também partes de conversas posteriores em que você parecia feliz em estar comigo, fazia planos pro final de semana, dizia que gostava de mim, que estava com saudades da namorada linda seguido de milhares de corações...
Esses mesmos prints em algum momento foram usados com motivo de alegria pra mostrar a alguma amiga que eu finalmente estava sendo feliz, estava com um cara legal, que gostava de mim e que fazia questão de demonstrar isso. Quanta falácia!
A cada troca de imagem, lágrimas desesperadas. Gatilho. Já era. Crise. Chorei desesperadamente por duas horas. Trancada. No quarto. Sozinha. Gotas de incredulidade. Dúvidas. Questionamentos.
- Porque você me procurou?
- Porque você dizia aquelas coisas?
- Porque fingiu todos aqueles sentimentos?
- Porque... Porque... Porque...
Enviei um áudio para uma amiga. Socorro. Crise. E ela dizia: "Apaga tudo"; "Se livra disso"... Um rivotril embaixo da língua. Olhei pra aquilo tudo. Não apaguei. Nunca soube tirar alguém da minha vida à força. Criei uma pasta. Apenas enfiei tudo dentro e coloquei o nome NUNCA ABRIR . Mesmo nome que que devia ter dado à você quando você bateu na porta da minha vida.