O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Sempre fui de comer pouco e bem. Portanto, aprecio um bom prato, e gastronomia, nas voltas turísticas, é programa de grande importância. Sou diferente de minha mãe, que não se interessava muito pela alimentação, mas também diferente de meu pai, que adorava comer, mas tinha gosto um tanto mais rústico. Tenho forte inclinação gaudéria, mas sou mais eclético, aprecio, por exemplo, além de quiabo, rabada e mocotó, escargot e ostras cruas com limão. Há vários anos meu peso não muda de modo expressivo. Minha mãe era magrinha e o pai vivia fazendo regime alimentar, mas nunca engordou muito. Eu não era voltado às massas, curtia, mas não brilhava o olho. Pois bem, a razão principal deste texto é a de registrar modificações nas preferências de paladar com o passar dos tempos. Ou por influências do meio, sei lá. Tenho notado que gosto cada vez mais de um spaghetti ao molho vermelho, de pizzas, de um hambúrguer caprichado, que chamam de hambúrguer gourmet, de “tapas” temperados e, eventualmente, acreditem, de um Big Mac, mais cheesburguers com picles, do Mc Donald’s. Pode? E tem mais, já que estou abrindo a alma, de quando em vez, peço em casa um cachorro completo do Rosário, duas salsichas, aquele mesmo que a gente quase tem de comer debaixo do chuveiro, tal a melecada que provoca. Chose de loque! Depois destes 13 dias fora, não quero saber temporariamente de frutos do mar, “pollo” ou “cerdo”, mas o feijão com arroz e ovo frito continuam sagrados.