VIDA VAZIA

Bom ter um lugar onde poder expressar sentimentos e saber que ninguém lerá, visto que a maioria das pessoas ao seu redor não se importam com o que acontece no seu mundo, muito menos cultivam o hábito de ler...

Bem, já fazem alguns meses que tudo perdeu a graça. É triste acordar pelas manhãs e saber que o dia será só mais um dia, e que, aconteça o que acontecer, nada te fará feliz, nada te trará brilho aos olhos. É um tempo em que nada mais satisfaz, nem o trabalho, nem os amigos, nem família, TV, livros.... nada, nada mais parece ter graça.

Aquele caminho de casa pro trabalho e vice versa já é automático, tudo está da mesma forma todos os dias, mesmo que vez ou outra mude a rota, ainda assim tudo está inerte ao meus olhos.

Antes havia um amor perdido pra chorar, porém, certo dia uma amiga com um par de palavras sinceras, porém cortantes, me abriu os olhos e me fez refletir o porque do meu sofrimento. Deste dia em diante aquele amor já não me fazia mal. O coração, no entanto, ficou livre e tristemente vazio. Não ter por quem esperar, não ter a quem amar é triste.

Ai vêm aqueles conselhos de pessoas que não sabem a dor que causam ao dispararem: "tudo tem seu tempo", "não era pra ser", "você não precisa de alguém pra ser feliz" ou pior, quando me culpam pelos relacionamentos fracassados, mas ninguém sabe o quanto lutei por cada um deles...

Tempo? Não, nós nunca teremos tempo suficiente quando estamos felizes, ele é impiedoso. Porém quando estamos melancólicos o tempo tarda em passar, alongando cada segundo de angustia.

Não era pra ser? E o que é pra ser? Quem determina o que é pra ser?

Não preciso de ninguém? SIM, eu preciso. Preciso alguém, preciso e quero, simples assim, sem longas explicações.

Sei bem que minha alma é livre, não gosta de prisões. E eu, a muitos anos a tenho aprisionada numa cidade que não suporto, num trabalho que me castiga, numa vida que implora por liberdade. Mas ninguém entende quando falo de ser livre, talvez meu conceito de liberdade seja diferente do resto do mundo.

Cansada, de corpo e alma... a única coisa que ainda me traz um certo alivio e até um pouquinho de prazer, é lembrar do mar. Sim, do mar... lá, diante da imensidão de água salgada me sinto plena e em paz.

Então eu choro, quietinha no meu travesseiro, ele jamais me pedirá explicações... pois amanhã tudo acontecerá outra vez, igual que sempre. E eu terei que vestir a mascara de que tudo está bem e sairei pra ver a vida passar.

Dânks

Dânks
Enviado por Dânks em 23/02/2018
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