O CICLO DOS CASAIS INDECISOS

Um novo dia se desponta, levando consigo a escuridão de uma noite que tanto me apavorava. Confesso: não consegui dormi nada esta noite, mas o dia ainda trará novo conforto, qual seja, conversar um pouquinho mais contigo para resolver nossos desastrosos desentendimentos.

O dia acaba e, não obstante, não se conseguiu resolver nada. Permanece a incerteza, ao mesmo tempo a esperança de que se pode reverter a situação, afinal, são crises amorosas, quem nunca as teve.

Pois bem, mais um dia, mais uma noite, até que houve possibilidade do reencontro. Após longa conversa, faz surgir um mundo novo de expectativas. Tudo é novamente construído na mente sofredora e desiludida, porém, agora tem-se a sensação de que tudo será diferente.

Passam-se alguns dias, voltam-se algumas lembranças de ambas as partes e, quando é hora, já se está em novo duelo. Discute-se por uma simples pasta de dente que foi mal apertada, daí, insurge novos e novos fragmentos do passado de agonia e desesperança. E tudo, redundando num novo rompimento.

Voltam-se as incertezas de que poderia sim, der dado certo aquele relacionamento, no entanto, por causa exatamente dos pequeninos detalhes que fez surgir o desenlace. Não se concebe, de imediato, a possibilidade do novo reencontro, mas inexplicavelmente uma nova faculha de esperança começa a surgir. Assim é o coração romântico. Assim é de se esperar que algo poderia e deveria ser diferente, faltando apenas um pouquinho de esforço. Mas caso houver uma nova possibilidade, tentar-se-à proceder diferentemente.

Outra vez, o reencontro, novas propostas e, invariavelmente, a união. Desta vez, tudo será diferente.

Passam-se semanas incríveis, um diálogo fenomenal, um companheirismo inacreditável. É! Realmente era amor. Num lapso de uma conversa mal entendida, voltam-se as discussões, com elas, abrem-se novamente as cicatrizes de um passado sofrível para ambos e, como já era de se esperar, novo rompimento.

Assim passam grande parte dos casais romanticos. Aqueles que não vislumbram novas possibilidades, em acreditar que novos horizontes são feitos para quem acredita nas mudanças. Ocorre que mudar é optar, opção é escolha, escolha é eliminar uma das possibilidades.

A escolha é fundamental. Quem não opta pelo melhor, rasteja em busca, lamentavelmente, daquilo que não é compesatório.

E amor é muito mais que idas e voltas. O amor é sim, o reencontro, mas um novo encontrar-se sem necessariamente haver a separação.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 27/08/2007
Código do texto: T626409