Na espreita do tempo...

O tempo vai passando. Não sei por que me ligo na passagem do tempo. Dia após dia, uma rotina que se repete... Enfim, estou sempre a espreitar essa passagem.

Sei que isso aumentou com a própria passagem do tempo. Nos tempos de jovem não tinha esta preocupação. Penso que faz parte dos dias vividos, da própria passagem do tempo na vida da gente.

Parece que sempre estou na espreita do que vai suceder no tempo, que parece é o do agora, que escorre pelos dedos. Que dizem que é futuro, mas que se mescla com o presente e com o passado, com fantasmas, com ideias, com sonhos, com desilusões... Mas, sinto muito mais do que antes, essa passagem do tempo que não podemos segurar com as mãos, que ao mesmo tempo parece que tem que passar para dar vez a coisas que ainda não vivemos e precisamos sedentos viver, na ânsia do querer mais, do viver mais. Crise existencial? Não sei. Crise temporal, atemporal? Ou não é crise. Faz parte do seguir vivendo. Cada dia, cada alento, cada surpresa, cada batida do coração, cada chamada, cada convite, cada tarefa nova ou mesmo antiga. Não sei. Só sei que sinto a passagem do tempo, bem latente, bem vertente, com consciência de finitude. Fazer o quê? Nada. Esperar. Ou melhor esperançar!