As mulheres são o maior enigma que eu ainda não desvendei

Dezembro de 2007, foi um mês triste para mim. Tinha uma menina na minha classe, por quem eu era apaixonado, porém nunca me declarei para ela. E durante o tempo que eu mantinha isso em segredo, o destino conspirava contra mim, pois ela foi embora, foi embora sem saber o que eu sentia. Naquela época eu era inocente, tinha apenas 12 anos, e rezei com todas as minhas forças a Deus, por um milagre, o milagre de voltar no tempo para eu poder dizer, porém esse milagre, hoje vejo que é um absurdo, nunca veio. Mas eu sempre fui supersticioso, do tipo que não deixa a chinela emborcada, não passa por debaixo de escada, não se vê em espelho quebrado, e tem medo de gato preto. Naquele dia vi um filme na sessão da tarde, da qual umas meninas enterravam uma caixa, cheia de objetos que representavam suas ambições, para quando crescerem; como eu era inocente, muitas coisas que eu via em filme achava possível. Então desenhei eu e ela numa folha, botei dentro de uma caixa e enterrei, pois naquele momento ela era minha ambição para quando eu crescesse. Até hoje aquela caixa ainda está enterrada, e eu não sei da situação dela, talvez tenha sido desmanchada pela chuva, junto com o desenho, mas acho que não, pois hoje eu ainda continuo supersticioso, porém pensando de forma contrária, que esse sortilégio que eu fiz quando criança, é o que hoje me impede de arrumar uma namorada, e me mantém solteiro, ou é isso, ou estou usando como desculpa para o meu desleixo com as mulheres. Porém, prefiro continuar sendo supersticioso, e acreditar que as mulheres são, o maior enigma que eu ainda não desvendei.