HOJE É TUDO OU NADA
A realidade de janelas escancaradas e o mundo recusando-se enxergar ...
Carolina, vivia a infância, numa cidadezinha no interior do Paraná Foi moleca, com bicho-de-pé, e às vezes sua mãe era obrigada a lhe tirar os bernes no couro cabeludo. Cresceu assim, uma mistura de menina-mulher. O ser mais doce, humano, alegre e carismático que o criador trouxe para o mundo.
Num dia cinzento, a chuva caia pesada, como se o mundo fosse acabar no dilúvio fora de hora. A tinta fresca, na casa, levou Carolina numa viagem, que a emudeceu e seus olhos reviram a cena que ela tentara esquecer. O homem, amigo, vizinho, pintando a casa. O pai não se encontrava, confiava naquele moço.
Ele e Carolina sozinhos na enorme casa. A menina agora tinha 10 anos. Indefesa, horrorizada, sentia a mãos sujas de tinta percorrerem seu corpinho, arrancando sua calcinha.
O barulho da chuva interrompeu seus pensamentos. Agora estava ela ali, olhando as formigas que transitavam pela cozinha. Sua vida depois daquele dia, foi um vai e vem buscando a menina e, perdida a mulher, se pergunta: __ Teria sido diferente?
Tantas amou, algumas e muitas nunca souberam da sua paixão.
Lilia foi especial, a entrega foi total. O Amor seguiu quatro anos. Um dia Carolina deixou-se envolver por um antigo amor. Saiu do anonimato. Foi viver essa paixão. Lilia entendeu, aceitou. Coitada, por tanto amar essa mulher, esperou, esperou. E Carolina voou, foram tantas, e Lilia ali, sempre a esperá-la.
Carolina não suportando as pressões e opressões sociais, buscou em Deus sua salvação.
Decidida a ter filhos, família e um marido, rezou, penitenciou, jurou, desta água não beberei.
Lilia espiando a amiga, mulher, companheira, buscar-se...
O que Carolina não previa, é que o Diabo também freqüenta à Casa de Deus.
Lá estava ela, uma menina de 26 anos, que nunca pensara que um dia estaria envolvida numa relação homossexual. Ela era religiosa, tão menina, estudante e trabalhadora. Teve alguns namoricos com rapazes. Carolina tocou seu coração.
Agora aquela mulher chega despida dos preconceitos, amando loucamente uma menina; sob os olhares de Deus... Ás vezes pede perdão, outras vezes pede-lhe um colinho.
As duas seguem apaixonadas, sem nunca sentirem seus cheiros, sabores. Carolina respeita a menina, que até pouco tempo, não conhecia esse tipo de amor.
Dispostas a enfrentar tudo e todos, elas seguem juntas, pois amor, é assim... não tem razão e nem explicação... São mulheres, são humanas, têm alma, sonhos, vida, emoções e sentimentos:
“Essa é minha história: sou trabalhadora , não roubo, não mato, pago meus imposto, sou cidadã brasileira. Amo as flores a natureza, meus amigos, meus livros, meus discos e a minha menina.”
É preciso ter calma... Hoje é tudo ou nada.
Tudo que ela quer é lutar pelos seus direitos, igualdade e respeito, abraçando a causa do descaso, lutando para amar quem quiser, vestir ou travestir o que quiser. Ter o direito de freqüentar os espaços que quiser, porque ela é um ser social e nasceu livre.
Lilia , continua ali. Esperançosa segue na simbiose e nem percebe que é carta fora do baralho. Mas atenta ao preconceito, que é universal.
Essa é uma História real, uma grande amiga
viveu o estupro. Traumatizada optou pelo
homossexualismo, enfrenta preconceitos
terríveis, mas está feliz, porque vive um
com dignidade, é amada e respeita o SER
Humano, livre de preconceitos.
Preconceito é cruel, destrói, mata, aniquila.
A palavra "Pré" expressa passado..
Você continua distraindo-se nesse passado?
O que você tem feito para tornar o mundo melhor?
Quantos Pré "Conceitos" você derrubou??