Da alvorada ao crepúsculo

Alguns afirmam que é uma questão de ponto de vista; outros dizem depender do estado de espírito. Mas, não raro, reencontramos a esperança até nos temidos ocasos da vida.

Os pueris impulsos, aqueles nascidos no leste dos nossos verdes anos, alguns declinam; outros são depurados, gradativamente, ao longo do nosso estágio terrestre.

Nossa existência não detem o poder do impedimento. É inevitável a contagem regressiva.

Mas, nem sempre o que é findo significa o oposto do princípio.

Há uma providencial e educadora lacuna entre as pseudo forças antagônicas, residentes nos nossos oriente e ocidente.

Entre os dois extremos do nosso horizonte, encontramos os ensinamentos naturais que nos revestem de experiências.

Entre nossos dois pontos cardeais estão as agruras e percalços que nos fazem valorizar cada passo dado, através dos degraus de uma íngreme e invisível escada de aperfeiçoamento.

Creio que nossas aspirações são retomadas, felizmente, a cada manhã nascente, como também os nossos melhores sonhos se aconchegam nos ninhos noturnos, formados entre os inúmeros galhos do nosso poente íntimo.

Felicitemo-nos, pois, pelas novas e oportunas manhãs de recomeços.

Somente, tão somente, devemos permitir que o nosso brilhante sol se esconda no oeste da cansativa e inebriante jornada, se for para ressurgir em uma nova e clara aurora com dourados raios reluzentes de bondade e de amor.

Luiz Rodas
Enviado por Luiz Rodas em 05/03/2018
Reeditado em 05/03/2018
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