CARTA DE UM AMOR MATEMÁTICO

Contagem, 18 de Março de 2018

Meu querido Tales de Mileto:

Escrevo essas mal traçadas linhas curvas, para raciocinar sobre o problema da vida à dois, e tentar achar um denominador comum, porque sinto que perdi as raízes quadradas do meu coração equilátero, mesmo diante de você, um homem tão sábio ...

Eu estava num raio de raiva, elevada à 3ª potenciação, com a alma secante e cossecante, refletindo a mil por hora, muito acima da velocidade!

Agora que me dei conta dessa geometria fractal!

Você foi o número 1, nos meus gráficos estatísticos, já que te analisei de forma combinatória com a minha, na circunferência do mundo.

Você estava numa escala crescente dos meus produtos notáveis. Era a melhor função, na ordem de todos os fatores. Tinha um valor absoluto. O pensamento em você, dobrava a cada dia, multiplicando-se nas horas, minutos e segundos... Eu te elevava à 5ª sinfonia de Bethoveen! Era você, o meu sexto sentido! Meu tripé, para minhas 7 vidas! Posso contar nos dedos, o quanto te amei! E perdi a conta das vezes em que você, hiperbolicamente, em muitas operações complicadas da vida, me deu muitos pontos de apoio! Éramos um par perfeito! O côncavo e o convexo durante 24 horas! Você foi muito espacial!

Vou te contar; Nem Freud, nem a paciência de Arquimedes, conseguiriam explicar a escala gráfica dos nossos sentimentos.

Era um tempo, em que até os números eram feitos de carícias, nas curvas sinuosas de um afã! Éramos paralelos, na vertical e na horizontal, numa verdadeira representação simbólica do amor perimetral.

“Se mil vidas eu tivesse, mil vidas te daria”, mas... no “x” da questão, você perdeu o volume da congruência e o grau tornou-se inversamente proporcional, ao tentar apenas cumprir tabela comigo, onde a sua conduta perdeu o máximo do divisor comum, e por falta de projeções sólidas para o nosso futuro, perdeu a definição do seguimento de reta, me deixando aos poucos, numa solidão indivisível! Você foi muito cúbico! Você pintou o 7! E, em seno assim, matou, matematicamente, o meu olhar geométrico sobre você!

Passei a dividir o nada com ninguém, sabendo que essa divisão por zero era impossível! E você deixou de ser o meu pentágono! Acabou o nosso “b2- 4ac sobre 2a”, por falta de simetria... Foi muita inconsequência minha, eu me amar menos, pra poder te amar mais.

Quando eu te conheci, pensei ter encontrado a solução da incógnita, na busca equilibrada do meu eixo de Pi, digo, de pensamentos. Mas não foi assim...

Você me fez sentir na metade do caminho, perdida numa parábola de ônibus! Você foi, milimetricamente, um verdadeiro trapezóide! Erros atrás de erros! Uma sucessão de distâncias quilométricas em dízimas periódicas, num emaranhado de silêncios vazios!

Você não andou no meu compasso, e “arri-régua!”, sua indiferença teve uma progressão geométrica, além de não ter uma razão proporcional....

E você ainda decimais... achando que sou um 0 (zero) à esquerda! Logo você que, antes, achando um 1/2, e sendo o X ou Y da questão, fazia com que o nosso produto cartesiano fosse solucionável, para se chegar ao ápice, em todas as relações métricas, uma a uma, no tálamo de uma alcova quadrangular.

Não havia, de minha parte, regra de 3, nem triângulo amoroso, nos meus planos e esferas. Você deveria ter sido mais positivo, e usado teoremas próprios para as suas teorias sem sinal de igualdade.

Não tem lógica você subtrair da minha existência, por causa dos seus condicionamentos quadráticos, cada vez menos lineares, as probabilidades das minhas equações sentimentais serem numéricas e verdadeiras.

Não entendo sua geometria de prazer operacional, e não circulo em divagações fracionárias. Você não teve ângulo, nem medida ... e muito menos uma unidade padrão de massa encefálica que pudesse manter verdadeiros beijos quânticos e abraços congruentes!

Esqueceu as regras e os critérios de divisibilidade, e as propriedades das curvas do meu corpo. Tudo deu negativo! Foi aí que eu tive um vértice de lágrimas por essa mágoa transversal, sem qualquer sinal de associação das medidas entre nós dois.

Eu quero viver todas as frações de segundos, com exatidão, e bháskara de tanta inconsciência, pois o meu ábaco de memória já está diminuindo cada vez mais, e você está mais habitabuado aos cálculos irracionais, em contraponto com minha guinada de 360 º, que você anulou. Fez um verdadeiro bicho de 7 cabeças, me taxando de culpada. Tangente que não entende isso!... Muito menos eu!

Sou quase uma sexagesimal no tempo, e já vivi, num conjunto infinito de acontecimentos, quase todas as pequenezas e grandezas, e... até já tive queimaduras de 2º grau quando fritei batatas pitagóricas, e por tudo isso, eu não te passei de imediato o meu número, a não ser no momento em que te elevei ao cubo, e cheguei ao produto final, de que você formava a minha cadeia de Fibonacci. Mas descobri, que pra você, eu não fui exata, nem inteira, nem real, porque sou um ser humano, e, seja como four, também cometi muitos erros de cálculos!

Eu sou quociente! E já falei uma centena de vezes que, paralelamente aos seus elementares pontos, existirão muitos polígonos inumeráveis para serem resolvidos, mas... da fórmula que você pensa, vai ficando difícil chegar a um ponto comum de intercessão dentro do subconjunto. Acabo ficando sem múltiplas escolhas, para equacionar, de 0 a 10, ou de zero ao infinito, os seus 99% de chance de viver comigo nesse prisma, em que um, não pertence, ou não está contido na vida do outro. Destartes, acabaremos virando uma perversa divisão quantitativa, sem base e sem fundamento!

Trigonometricamente falando, fui ao infinito, ao confiar no seu número primo entre si, quando ele disse que você era racional no seu diâmetro de cada dia, e que eu não poderia te comparar a nenhuma outra aritmética, ou a nenhum outro à granel.

Melhor seria, eu plantar trigonometria em outro coração, ao invés de contar as areias de um deserto, e sair do meu algorítimo, pois já está me dando calafrios platônicos pensar sobre o comprimento e a largura dessa dor complexa. Tá muito difícil!

É por “a + b” que não divido o meu tempo com quem não multiplica minha metade sucessiva.

É muito fácil me entender....Sempre andei em linha reta; nunca andei em círculos, e não gosto de conversas paralelas sobre nós. Você não tem mais só dois lados. Pra mim, você é um quilógono!

Mas não tem problema, já que ser variável, pra você, é uma constante. Nosso binômio acabou em sentidos opostos. Sem espaços e coordenadas... Cinco muito! Só sobraram, restos! Sem relações binárias, nem sequenciais, mas também, sem segundas intenções, onde já nem me importo se você ficar isósceles!

Para resguardar meu polinômio, e evitar sofrimento exponencial, já que você não foi equilátero comigo, e já que tudo só girou em torno de você, deixarei meu nome no enigmático, e ponto final.

Enfim, no amor, há muita numeração pra pouca régua obtusa. Muita raíz pra pouco chão sem metragem! Cheguei no meu limite desse círculo vicioso! Não sou maior, nem menor do que você, mas agora, quero ser unitária! Chega de dois pesos e duas medidas! Cansei de critérios aleatórios! Agora, pode me chamar de irredutível, ou até de grosa. Pra mim, você continua sendo uma pessoa ímpar: a capícua que eu sempre sonhei pra mim, se não fosse tão oblíquo.

Estou cosseno, e vou dormir, depois de tomar uma unidade de diagonal, com eight, porque já é meia-noite!

De quem,

na somatória de mágoas do quadrado dos meus cansativos catetos, não te esquece,

vai meia dúzia de beijos, um sexto de boas energias, e um terço de abraço,

e desta mesma, que encontra-se num ponto consideravelmente equidistante e incalculável do Universo:

Hipotenusa Biunívoca da Paixão

Graciley Vieira Alves
Enviado por Graciley Vieira Alves em 18/03/2018
Reeditado em 02/11/2018
Código do texto: T6283549
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