O GRAVATA BRANCA

O GRAVATA BRANCA

Quem olha, pensa num trabalhador granfino e vestido na beca. Poderia ser também um funcionário do alto escalão de uma empresa.

O Gravata Branca é uma pessoa educada, atenciosa e sempre anda bem perfumado. Quem o conhece, pensa logo que ele quer chamar atenção das lindas moças da empresa ou mesmo, dar cantada na mulher de alguém. Gravata Branca tem um hobby. Ele gosta de vender perfumes importados e "presentear" seus amigos com amostras de cada perfume em suas peles. Ele é querido por todos.

Depois de muitos anos que se passaram e com o desenrolar das histórias que as más línguas iam contando para todos da empresa, parece que começou-se a perceber que cada qual vinha tendo problemas em casa ou conjugais.

O Gravata Branca, sempre elegante e "amigo" de todos, não perdia seu costume de perfumar, como forma de amostra grátis e "gentileza", seus colegas de trabalho. Certo foi que, as mulheres, sempre mais astutas e perceptivas do que os homens foram juntando as peças do quebra-cabeça e chegaram numa conclusão:

- aquelas que foram perfumadas pelo "gentil", Gravata Branca, se separam. Elas também indagaram os amigos homens.

Perceberam que Sr Aluízio, Luiz "cabeça de porco", Paulo da "cambusa" e Raimundo da "bocada", tiveram problemas com suas esposas, pois as mesmas, em tempos diferentes, sentiram o forte cheiro dos perfumes importados do Gravata Branca e algumas largaram seus esposos, outras duas, foram ao trabalho de seus maridos, pois desconfiavam de mulheres.

Os dias se passavam e as roupas continuavam voltando com perfumes diferentes. Elas foram espalhando para as demais e juntou-se uma "ruma" de "mullé" para uma mega operação nessa empresa.

Chegado o dia das mulheres irem, todas se organizaram com documentos, a fim de, ao sair da empresa, darem entrada nos divórcios. Os homens morriam de medo do Gravata Branca por conta dos perfumes, que eram ótimos, mas a fragrância grudava nas peles por aproximadamente uma semana. Que mulher, toleraria tal coisa? Ou que marido iria acreditar em casa?

Chegando lá e todos falando a mesma linguagem, inclusive as funcionárias, que o tal Gravata Branca fazia isso com geral. As esposas ficaram sem entender, mas estavam dispostas a encontrar o Gravata Branca para uma sabatina.

Chegando à gerência, descobriram que ele, naquele exato dia, tinha sido demitido ao chegar bem cedo na empresa. Elas ficaram doidas, mas nunca encontraram o "rei dos perfumes" ou mais conhecido como "O Gravata Branca".

Evandro Ferreira Rodrigues

Professor, Escritor, Poeta, Cronista e Academico-ALTO

Evandro Ferreira Rodrigues
Enviado por Evandro Ferreira Rodrigues em 20/03/2018
Código do texto: T6285193
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