Entre almoços e cafés, as divagações de um homem romântico sobre as mulheres com mais de 30

Existe um ar de mistério e independência nas mulheres com mais de 30 que fascina os homens. E é justificável: depois desta idade tão temida, a mulher descobre que tudo o que viveu antes era “coisa de criança”. Em geral, é nesta etapa da vida em que o casamento — quando houve — ou está consolidado ou desandando de vez. Ela também já caminha com passos mais seguros na profissão e busca especializações seja qual for a área em que atue. Em paralelo, cuida das crianças, dos doentes da família, dos amigos carentes e, pasmem, começa a sentir-se mais feminina. O corpo já não tem aquela firmeza adolescente, mas adquire uma flexibilidade estonteante.

Aos que possam imaginar que estou advogando em causa própria, digo que não deixam de ter uma certa razão: a maternidade e a terceira década me trouxe mais segurança e é o que acontece com as mulheres da minha idade: passam a dar importância ao que realmente tem, acham que sua cara-metade é aquele que lhe faz bem e param de amar ao vento, os tais amores sem esperança de retorno.

Mas esta percepção mais profunda, só consegui através do olhar, azul, de um homem romântico. Convivendo com mulheres com mais de 30 anos, ele confessa que se sente estonteado diante deste poder “Eu temo as mulheres de 30. Na verdade, eu tremo diante delas. Mulher tem um poder danado, capaz de derrubar presidente e destruir um simples mortal como nós”.Este amigo romântico afirma que não se aproxima mais delas, tamanho este poder: “Já observei como elas agem: ficam lá, encantando suas vítimas. Tombam no chão, apertam a jugular com os pés durante três minutos exatos e quando o sujeito já está praticamente asfixiado, soltam o tempo suficiente para ele tomar um ar. Aí largam. Eles ficam ali, meio tontos, desnorteados. Mas, basta perceberem que eles estão recuperando o fôlego totalmente, para novamente voltarem, com apertos na jugular, asfixia e a salvação — e tal forma que a vítima acaba fazendo de sua algoz sua heroína”.

E completa: “Não chega a ser uma asfixia completa, entende? Só aquela onde ele — sem condições de traduzir a paixão que está sentindo — termina por ser obrigado a dizer que quer viver com ela para sempre”.

Existe um quê de exagero nestas colocações de um homem romântico, sensível e de lindos olhos azuis. Pelos próprios motivos descritos acima — diversas atribuições, vivência, dores e desilusões, quanto mais o tempo passa, mais distante vai ficando a inocência e o próprio romantismo. A praticidade vai tomando conta e nós acabamos nos aproximando demais do universo masculino, o que, para mim, tira um pouco do encanto.Mas, também há muito de sabedoria nisto tudo. Homens sensíveis e românticos são profundos conhecedores da misteriosa alma feminina. Sabem reconhecer que é preciso quebrar a concha para poder saborear a deliciosa ostra. Em épocas de Lurdinhas, é bom saber o quanto se é apreciada.

SUZY
Enviado por SUZY em 24/10/2005
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