País Tupiniquins

Era uma vez, num país não muito distante, foi plantado uma semente de ódio tão grande, que seu povo não prestou atenção na dimensão do perigo que todos estavam correndo e logo começaram a se odiar. Muitos nem sabiam de onde e nem porque odiavam ou eram odiados com tanto rigor.

A guerra entre classes sociais nesse país logo já se comparava às guerras santas.

Quem não se envolvia na guerra começou a se preocupar com aquela situação onde via uma nação se voltar contra o seu próprio povo.

Foi implantado então o regime de dois povos num mesmo país:

O Povo Pobre e o Povo Rico.

Povo Pobre- É formada, na sua maioria, por negros e “pardos”, de origem africana e indígena, é o povo que paga honestamente seus impostos, sua maioria paga aluguel, dependem dos péssimas condições dos serviços públicos, como saúde, educação e segurança e dependem da péssima política salarial.

Povo Rico- É formada, na sua maioria por brancos de origem europeia, na sua maioria, sonega os impostos, tem casa própria, não depende dos serviços públicos, como saúde, educação e segurança, é empresário, político, dono de igrejas, banqueiro ou magistrado.

Hoje, o Povo Pobre está sempre em guerra com o Povo Rico. Enquanto de um lado, luta pela sobrevivência e igualdade de direitos, do outro luta pela manutenção de direitos e a segregação racial, social e espacial.

Cada vez mais aparece manchetes trazendo palavras de ódio , comentários sórdidos ou uma imagem grotesca, seja em redes sociais, praças públicas e nos muros das cidades.

Infelizmente, esta guerra, que não é santa, só tende a aumentar, pois seu povo sofre um apartheid disfarçado de Democracia.