CRISE DE IDENTIDADE
Monica, Ingrid, Vina, Tine e... e Patrícia!...
O mal de se ser a caçula é que, quando os manos querem te chamar, o seu nome é o último a ser lembrado!... “Era a última a ser escolhida no passa anel”, desde os meus tempos de criança? Nada como um sorriso de irmã para disfarçar.
Em uma grande família tudo pode, com certeza, acontecer, ainda mais quando se é a menor dos maiores, em idade. Lembrar desses casos sem sorrir é um mal negócio. Por essas e outras listo alguns. Sem reclamar, é claro.
O papai-noel que apareceu do nada e me fez correr para debaixo da cama – que se acuse o moço!...
Mordidas no queixo sem eu pedir, e pedir, inutilmente para parar – achou que eu não ia me lembrar desta, não é mesmo?...
O doce primeiro encontro dos lábios com o Leite Moça– garanto que deste tu esqueceu – eu, não...
O cuidado que tiveste comigo quando eu tive uma síncope de saudade – até hoje tenho guardada a oração que me deste.
O porre que tomei aos cinco anos, ao ser apresentada ao tal drinque Dreyer – por conta disto, detesto toda e qualquer tipo de bebida. Juro não dizer o teu nome!...
E aquela lambida do queixo à bochecha?... – Nojento, né?... Todas as irmãs sabem o teu nome!...
Em uma família grande, e animada, todo cuidado é pouco, ainda mais sendo a novata da turma. E se aqui eu prosseguisse, viriam anos e anos de histórias. Histórias que levo no peito, feito saudade. As relembro a cada encontro familiar. O que me fez fazer esta crônica foi o fato do meu nome ter sido de novo trocado por um primo que mora a léguas de distância. Hoje virei Cris – que nem minha irmã é, muito menos a conheço. Ah, se essa moda pega!....
Nota do autor: Toda e qualquer semelhança, entre famílias, vou afirmar que é coincidência!