Ponte do Paraíso

Bem, eu estava num canto do rio com alguns colegas. Observei que numa margem a água estava mais corrente. Admirei copiosamente aquele fenômeno. Chamei a atenção dos colegas para aquilo.

Em seguida, começou a chover sem parar.

No retorno para casa, não havia passagem. Os rios transbordaram e necessitamos de resgate. Éramos uma equipe de professores da minha escola com alguns alunos realizando trabalho de campo.

Havia muitas mulheres grávidas do tipo, peso pesado e do tipo normal, segundo o padrão de peso atual. A maioria mais ou menos no 8º mês de gestação.

Na prioridade de salvamento, elas em primeiro lugar.

Os barcos não alcançavam o local onde estávamos.

Recorreram, então, a redes que ficavam bem esticadas e firmes para se caminhar .L igadas do barco a um ponto de terra ou madeira que se encontravam no local. Ressalto que não eram redes de qualquer preço.

Eram ainda de linhas finas, na espessura do produto e na qualidade da cor amarelo muito brilhantes.

Afinal, eram professores e alunos de um país onde eles eram valorizados.

Que gosto ver aquela ponte para passarmos! Uma passarela do paraíso.

Atravessei com algumas colegas. Dado um tempo, a ponte de linha começou a afundar, porque algumas professoras atravessaram de salto fino , e romperam algumas linhas.

O resgate estava mais difícil do que nunca. Deixei meu barco mais algumas colegas e fomos socorrer pessoas ali ainda.

Havia uma grávida tão grande e gorda que muitos homens e mulheres não davam conta de transportá-la para um barco próximo. Além disso, destruiu mais uma ponte de rede. Até então, muitas outras redes brilhantes estavam ali ao alcance de todos. Não sei porquê muitos, mesmo assim, não conseguiam atravessar.

Fiquei ajudando. Na minha de hora de atravessar, cadê eu conseguir ? toda hora havia uma grávida, havia uma criança, havia um idoso, havia um deficiente físico ou a ponte não se firmava mais.

Me dei mal. A primeira dama, futura candidata à prefeitura local, lá estava ajudando piamente. Ao me ver socorrendo, meu segundo grande momento, me olhou como quem não agradou. No terceiro momento, veio feliz. Veio em meu socorro e de outros.

Havia já, muitos barcos e infinitas redes. Fomos colocadas na rede e puxadas para o meio do rio que se formou aquele lugar, pela primeira dama. Pensei ,ai que alívio!

Porém, fomos abandonadas lá. Procurei por uma equipe socorrista ao lado, cujo barco estava vazio. Ela me respondeu que não poderia socorrer vítimas que fora socorrida por outro partido. Seu barco era de outro candidato da oposição. Fiquei branca como queijo.

Caso eu não estivesse acordado desse sonho, estaria até agora lá esperando por socorro.

Lindalva
Enviado por Lindalva em 02/04/2018
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