Invenção do Século

Cleópatra, rainha do Egito, lamentou as batalhas perdidas pelo exército egípcio porém chorou ao ver a biblioteca de Alexandria em chamas. E como nós sou-bemos disso? Por livros, essas aglutinações de folhas costuradas, datilografadas, encadernadas ou não. O livro perdurou no tempo, e a história do tempo nele perpe-tua.

Cada livro traz em si uma janela para o saber, e graças a ele somos o que somos. Sempre foi assim? Uma janela aberta? Durante a Idade Média, quem ou-sasse ler Aristóteles morreria envenenado – eis o index, nossa primeira censura. Porem, cuidado: livros são objetos perigosos somente pelo fato de transmitirem informação. É preciso saber interpretar. Quantos não se suicidaram após ler Goethe?

Os livros fazem revoluções – com a palavra, o Aiatolá Khomeini e seu “Livro Verde”. O profeta pode morrer, mas suas idéias e ensinamentos perpetuam em manuscritos. A Bíblia é o melhor exemplo. Quer chegar mais perto? Posso ver Flaubert ser condenado por ter descrito a sociedade francesa da época; miséria, traições, loucura.

Os livros nos remetem ao passado, faz refletirmos o presente e com isso, mudamos o futuro. Peço, novamente, cuidado: sempre existirão aqueles que quere-rão nos privar do inestimável prazer de ler um livro. Espertos? Sim, eles sabem como é fácil manipular uma mente sem leitura.