O Frigorífico0-660-00-0-2500-0-0-9-4925-10217-5234-foto+ilustrativa-1.jpg

O Frigorífico Brasil Central, ficava no município de Pires do Rio, Goiás.
O Presidente do Grupo, Dr. Walter Rivetti, morava em São Paulo, Capital e os Sócios-Diretores,  moravam em Pires do Rio.
Trabalhei alí, de 01 de Fevereiro de 1978 a 18 de Fevereiro de 1980, no Departamento de Pessoal.
Eu era encarregado de fazer as folhas de pagamento e pagar os funcionários, da indústria,  independente do horário normal de trabalho.
No dia de Pagamento dos salários, às vezes, eu ficava até a noite, pois alguns funcionários, faziam hora extra, nas áreas que trabalhavam, como o setor de Câmara fria. Nosso escritório ficava na Vila dos Funcionários, em frente ao Frigorífico. Já o prédio principal, feito de tijolinhos a vista, abrigava os Departamentos diversos da Administração.
Nos escritórios, desde as salas dos Diretores, Industrial, Comercial e Administrativo, havia dezenas de funcionários, que trabalhavam com dedicação e responsabilidade.
Não quero aquí, citar nomes, pois posso esquecer de algum, mas eu gostava de todos, independente de setores.
No frigorífico, tudo era fiscalizado, da Portaria até a Sala de Matança.
As Carnes, eram Inspecionadas por Veterinário responsável e técnicos, da Inspeção Federal.
A segurança e a higiene eram fundamentais, para o funcionamento da Indústria. Mas, sempre havia acidentes, principalmente com facas, pois, desde a matança até o acabamento final do boi, se usam facas.
Muitos funcionários, se acidentavam propositalmente, para se afastar do trabalho, que era difícil e pesado.
No Frigorífico, se aproveitava tudo do boi, desde a carne até o couro e o féu.
As peças de trazeiros, dianteiros, ficavam na Câmara fria, até serem carregadas em Caminhões com refrigeração, para o seu destino, que era São Paulo, Capital.
Havia um curral de ferros, onde os bois ficavam aguardando o abate. Daí, eram levados em um corredor, passavam por ducha de água, depois eram abatidos com uma marreta e choque e já caiam e eram dependurados em uma corrente; seguiam em uma carretilha, onde era retirado o couro e depois, com uma serra elétrica, eram abertos e divididos em peças de carnes.
Os dianteiros, os traseiros e as costelas, eram levados para a câmara fria.
As outras peças, como os miudos, eram divididos e distribuidos em salas especiais resfriadas.
Havia, também a produção de Charque, que ficava curando, em um pátio. 
Os funcionários que lidavam com o boi e seus derivados, estavam sempre uniformizados e calçados com botas longas, de borracha.
Às vezes, o apontador, que ficava na portaria, pegava funcionários roubando carne. Escondiam a carne, nas botas, nas cuecas e calcinhas.
Nessa época, o nosso Presidente da República, era o General João Figueiredo, sucessor na ditadura Militar.
O Frigorífico, deu nome à vila de funcionários, à Euclides Figueiredo, mas na inauguração, o Presidente nem apareceu para agradecer. Fizeram até tapete vermelho, para esperá-lo.
O tempo passou e o Frigorífico, acabou fechando suas portas.
Centenas de funcionários, em geral, ficaram desempregados.
Eu saí do Frigorífico, antes do fechamento, pois fui estudar e trabalhar na Capital Goiânia e seguir com meus estudos. Saudades...

O Frigorífico Brasil Central Ltda, foi muito importante para mim, pois foi o meu primeiro emprego, com Carteira Assinada, aos 17 anos.

 
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 06/04/2018
Reeditado em 23/04/2019
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