O Destino da Constituição de 88 é o Lixo

_ Respeitável público, ou seria melhor dizer desrespeitado público, vai começar o espetáculo mais deprimente e vergonhoso da Terra.

Perto de completar 30 anos, na prática a Constituição de 1988 se revela a cada dia totalmente fora da realidade, tanto nacional quanto mundial.

Ao contrário do que deveria ser, aquela que foi chamada “constituição cidadã” pune os cidadãos de bem e passa a mão na cabeça dos bandidos, sejam estes de chinelo de dedo ou do colarinho branco.

Já deu, Brasil! O lugar de nossa reles Constituição é numa lata de lixo.

Graças a essa obra anacrônica, que tanto destaque dá aos direitos do cidadão e que afirma em seu artigo quinto que todos são iguais perante a lei, temos bandidos circulando impunemente pelas ruas e instituições públicas, tratados com exagerada deferência e outros muitos cumprindo pena em confortáveis mansões, simplesmente porque envelheceram, mas que ao que se vê, nunca amadureceram.

As prisões estão repletas de vícios e de malandragem e assim os que estão lá fora se somam e se igualam aos que estão dentro.

Diga-se, pouquíssimos temem realmente a necessária e reeducativa, se for aplicada com rigor e responsabilidade, punição, pois no Brasil a justiça muitas vezes chega tarde e as penas são brandas.

Houve na Constituição de 1988 uma grande preocupação em apagar as marcas do periódo da ditadura em nossa sociedade, entretanto, ela acabou por tratar criminosos e cidadãos de bem da mesma forma, o que é inconcebível em regimes democráticos mais amadurecidos.

Em suma, nossa despreparada Constituição prega a todo instante os direitos, deveres e o bem-estar dos cidadãos, todavia, guarda muito receio em combater o mal e os maus com efetividade. Com a chegada da Lava-Jato, isso tem mudado de forma lenta, pois além dos chamados entraves constitucionais, persistem ainda os obstáculos culturais.

“Ah, ele é perseguido porque veio do povo e distribuiu dinheiro aos pobres”, ou “Ele rouba, mas faz”. No Brasil há uma tolerância grande em relação aos chamados crimes não violentos e só uma boa educação isenta de doutrinação partidária fará com que esse pensamento popular seja extinto do seio da nação brasileira.

Nós, os brasileiros de bem, precisamos de uma nova Constituição. Uma que não seja alienada e tampouco nos pareça alienígena.

Mas, vamos ao fato: de um Congresso Nacional corrupto como o nosso é certo que não podemos esperar nada que preste; nada que cheire à decência; nada que lembre coerência.

Dentro da atual conjuntura, só vejo duas saídas para o país, e que ainda assim não são garantidas, mas que a meu ver valem como as melhores tentativas e alternativas que temos no momento para resgatar o Brasil do caos em que o país está imergindo.

Ou o povo trata de eleger, para que o represente no Congresso Nacional e nos governos estaduais, políticos que não estejam implicados na Lava-Jato e que portanto possam se comprometer com as demandas da população _ entenda-se por demandas as reformas de que o país necessita _ ou essa mesma população deverá marchar diariamente nas ruas exigindo que os militares assumam o poder, numa espécie de governo provisório a fim de tentar por um pouco de ordem neste Estado pseudodemocrático.

Graças à nossa Constituição Federal que permite que parte do poder Judiciário adote bandidos de estimação, o criminoso de São Bernardo pôde armar o seu circo, fazendo mais uma vez o cidadão de bem de palhaço.

Não vamos desistir do Brasil. Uma nação que não combate os corruptos e a corrupção, está fadada a ser uma vítima desse mafioso sistema jurídico-político-partidário-eleitoral.