Sem tapinhas nas costas

Quantos foram os amiguinhos que marcaram as nossas vidas, em creches, jardins e escolas da vida. Ao longo da nossa existência, construímos laços afetivos, esses, podendo ser duradouros ou não.

Algumas amizades ao longo da nossa estrada, são lapidadas feito diamantes, outras nascem como uma flor, semeiamos, cultivamos e colhemos, e tem aquelas que fingem nascer do dia para a noite, essas, aparecem repentinamente, surgem como magia, brotam do nada, e quando damos conta, somem da mesma forma que apareceram, como uma trágica mágica, viram rosas secas. Infelizmente não conseguimos enxergar quem está com o punhal escondido nas costas.

Quantas coisas que divergem a autêntica definição da amizade. Vivemos em uma sociedade de tapinhas nas costas, tapas sem importâncias, tapas que não carregam força e nenhum significado, vulgar ao modo de ser algo que não o tem a essência de veras. Cadê o altruísmo? Evaporou!

Quem nunca ouviu a expressão "Tamo junto"? É tmj pra cá, tmj pra lá, e quando você precisa, não tem ninguém junto, essa é a maior veracidade. Estão juntos quando há interesse, estão juntos quando os convém, estão juntos quando não é preciso se doar. Outra coisa comumente...

Por experiência própria, passei por incontáveis momentos que quando mais precisei, o selo da amizade derreteu, apagou-se na ocasião, isso porque, as pessoas tem sido infiéis em suas palavras e em seus votos, não basta apenas destruirmos tanta coisa bonita, ai vem o maior destruidor de todos, o ser humano, e desliga o botão do amor, sim, amizade é amor, é tanta beleza que poderia ficar horas falando...

A amizade vem se tornando sinônimo de interesse e antônimo de amor.

Penso que, se deixamos a reciprocidade alimentar uma relação, se não somos mais afetuosos uns com outros, por motivos banais, criamos situações para dar ênfase a todo ódio que vem sendo ampliado, o que importa se eu não sou verdadeiro com alguém, o que importa se eu tenho mania de falar mal das pessoas que me cercam, o que importa se eu não me preocupo com ninguém? Minguamos o amor, o companheirismo...

Acerca disso, sabemos que existem amigos que são mais irmãos que os próprios irmãos. Isso é um primor, embora, deixa a beleza se desfazer por conseguinte da ausência de amor entre familiares, fato que é inaceitável. Não poderia ser diferente?

Tive bons e tenho excelentes amigos.

Se eu fosse falar de tudo que me fez crer na voz deles, no afeto, nas horas que o mundo desabava e eles estavam ali, foi a vivência, foi ver e crer, ter a absoluta certeza. E nem é preciso me darem tapinhas, sem praxe, e nem precisa ficar me chamando de "migo", sem falsidade. A amizade é alicerçada no doar-se, é alimentada no preocupar-se, é vivida não no estar a todo tempo junto, e sim no estar ao lado sempre que for vital, é desenhada nas horas de risadas e grafadas na alma nos dias que o choro desceu sem perguntar, é cultivada sobre um tapete de relação, é aceitar a pessoa como ela é, é entender sem aceitar, porém respeitar... A amizade é fogo vivo em uma orbe que esfria a cada segundo, a amizade é estrutura em um muro que está prestes a cair...

A amizade é sem dúvida um amor puro e que podemos contemplar olhando as estrelas, pois elas sim brilham.

Quando for para bater nas costas, que sejam tapinhas para não nos engasgarmos com o ódio.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 09/04/2018
Código do texto: T6304186
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