DRUMMOND E A MEIA VERDADE

Ezra Pound dizia que os poetas são as antenas da raça. É uma verdade abissal. Ninguém interpreta co mais precisão os sentimentos do povo e os mistérios da vida, nem denuncia com tanta exatidão as hipocriaiss, maldades, perseguições e injustiças.

Neste momento de tanta tensão e de angústia, em que é patente o império da prepotência e a covardia de setores da justiça e da sociedade, quando se iulga e condena na base de ilações, delações e meias verdades, é bom lembrar os poetas porque eles dissecam o arbítrio e rasgama fantasia daqueles que são capazes até de trair a Constituição e enterrar a presunção da inocência, além de abusar da força do arbítrio. Apenas para lembrar a meia verdade que é a arma dos power points, transcrevo o poema "Verdade", de Drummond:

"A porta da verdade stava aberta/ mas só deixava passar/ meia pessoa de cada vez.// Assim não era possível atingir toda a verdade./ porque a meia pessoas que entrava/ só trazia o perfil de meia verdade.// E a sua segunda metade/ Voltava igualmente com eio perfil./ E os mios perfis não coincidiam// Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta/ chegaram ao lugar luminoso/ onde a verdade esplendia seus fogos./ Era dividada em metades,/ diferentes uma da outra.// Mas carecia optar. Cada um optou conforme/ seu capricho, sua ilusão, sua miopia".

Reflitam sobre o poema. Inté.

P.S. Drummond nunca foi petista.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/04/2018
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