Ela é...

Depois de uma noite em que nada além do casual aconteceu, ela acorda. Ela ama o casual. Ela abre os olhos, mexe preguiçosamente as pernas, espreguiça os braços e sorri consigo mesma. Ela é feliz. Ao levantar, de súbito, decide colocar uma roupa leve e correr para a rua, pra celebrar a vida. Ela é feliz e determinada. Então, ainda descabelada, mas já ajeitando os cabelos, ela abre abruptamente o guardarroupa (ou seria guarda-roupa? questiona-se mentalmente). Ela é feliz, determinada e questionadora. Deixando as perguntas de lado, ela procura entre uma pilha de roupas limpas uma mini-saia que ganhou de uma amiga (ou seria minissaia?). Ela é feliz, determinada, questionadora e confusa. Depois de uma lépida crise gramatical, ela tem uma idéia. Decide abrir sua caixinha de jóias para pegar uns dinheiros há tempos ali guardados, mas no meio do caminho lembra-se que ideias já não são mais acentuadas. Ela alivia-se, pois pensa que já sabe tudo da nova gramática, mas sem saber se engana, pois esqueceu-se que assim como as ideias, as joias também não são mais acentuadas. Ela é feliz, determinada, questionadora, confusa e enganada.