Véio Moço
Para dar um drible da vaca no mau humor, gerado pelo fato de estar muito gripado e não ter podido dar a minha voltinha na praça, custume dos sábados, depois de escrever as duas maltraçadas que rascunhei e oneto postou hoje, por sinal uma delas "Rio Amargo" foi ignorada, acho que porque pernmbucano não deve falar nos problemas dos mineiros, rssss, fui futucar nos cadernos onde anoto frases e impressões. Adoro reler essas anotações, o diícil é só entender a minha própria letra, sempre foi horrível.
A primeira anotação que encontrei no caderno número dois foi um verso de Geir Campos: "Não canto onde nao seja o sonho livre,/ Onde nao haja ouvidos limpos e almas afeitas a escutar sem preconceito,/ para enganar o tempo ou distrair/ criaturas já desi tão mal atentas,/ não canto.../ Canto apenas quando dança,/ nos olhos dos que me ouvem, a esperança". Bingo!
Li depois um verso do Cântico Negro, de José Régio (poeta português): "Ah que ninguém me dê piedosas intenções!/ Ninguém me peça definições!/ Ningupem me diga: 'vem por aqui1'/ A minha vida é u vendaval que se soltou/ É uma onda que se alevantou./ É um átomo a mais que se animou.../ Não sei por onde vou./ Não sei para onde vou./ - Sei que não vou por aí". Bingo em dobro!
Peguei então outro caderno e unto dele havia uma fita cassete, antiga, e nela havia algo escrito: músicas arretadas. Era uama fita muito antiga, nem me lembrava dela, botei logo no velho som Toshiba. A primeira música foi "Moço Velho", de Sílvio César, adoro essa música (e outra dele "Pra Você"), assim que começou a tocar o neto prestou atenção, principalmente a este verso: "Eu sou um velho moço/ Que não viveu, cedo./ WQue não sofreu muito./ Mas não morreu, tudo!/ Eu sou alguém livre.../ Não sou escravo./ E nunca fui senhor./ Eu, simplesmente, sou um homem./ Que ainda acredita no amor".
O neto então disse: - É tua cara, Véio, parece muito contigo. Fiquei bestinha, não pela comparação, mas por ele ter aguentado ouvir toda uma música antiga. Aleluia. Inté.