CINISMO.

É efetiva a ação do direito na sociedade?

Cumpre o Estado seu Ordenamento Fundamental; a Constituição?

É realidade ou ficção o desígnio legislativo?

Responde a Bíblia dos Direitos Constitucionais:

“O princípio republicano exige que o sentir meditado da comunidade normatize (legisle efetivamente e limpamente) a conduta daqueles a quem incumbe o manejo de seus assuntos; porém não requer uma atitude incondicional de condescendência com cada brisa repentina de paixão, nem com cada impulso passageiro que se comunique ao povo por obra das artimanhas dos que afagam seus prejuízos com o fim de atraiçoar seus interesses”. “O Federalista”, “The Federalist”, fls.288.

Pode-se dizer, e o dizem os tratadistas mais eminentes, serem os magnos primeiros princípios constitucionais fundamentais na obra.

Cinismo é tirar proveito da própria torpeza.

Dizia o grande educador Padre Leonel Franca: “Eis a questão da liberdade. Estudêmo-la serena e imparcialmente. A existência de um fato não depende das construções arbitrárias dos filósofos; verifica-se.

A observação é, no caso, o único tribunal autorizado a pronunciar-se”. Liberdade e Determinismo”, fls. 10.

Observemos os fatos acontecidos com apuro, quem pode enganar a experiência com plenitude e suficiência. Fica difícil. A observação deve ser o tribunal autorizado, como dizia o notável educador. Quem tem dois olhos pode observar, desnecessário ser relevante intérprete, ou mesmo ter os cem olhos de Argos, figura mitológica grega para ver o que é curricular, como o cinismo covarde que esconde responsabilidades. A covardia subsiste nos bastidores. Sabemos o que se passa, está sob nossos olhos. Há medo das consequências, por isso certo constrangimento; nem tanto que intimide a abertura de toda as cocheiras soltando todos. Marginais de todos os crimes.

Nem todos somos primários, nem todos são despreparados para colocar direitos em virtual estado de defesa ilegitimamente. A pauta da humanidade é dilargada, abrangente, está próxima de nós, vivemos em grupo. Por trás dos fatos o silêncio que motivou fatos, ou o não-silêncio que devia ser voz nos momentos certos. E recolheu-se. Estão aí as artimanhas nos tribunais, visando as partes vestirem togas na arrumação dos procedimentos, forçando momentos e casuísmos evidentes. Que se multiplicam. Sinfonia das conveniências de alguns, poucos, em prejuízo de muitos, quase todos, por vezes de uma nação.

Matam-se muitos, absolvem-se muitos, toda a plateia da arena, para salvacionismo do toureiro que é o “grande matador”.

É preciso observar, ser prudente, não atravessar o direito acima da legitimidade, e principalmente, observar o cinismo que se alastra.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/04/2018
Reeditado em 24/04/2018
Código do texto: T6318016
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