Verdades do amor

VERDADES

Como admitir que não temos medo ante um grande amor que semelhante a um viajante inesperado bate a nossa porta?

Como não se encolher, recolher-se a não querer ouvir nossos próprios pensamentos, ante a força avassaladora de um sentimento que dentro de nós toma proporções arrebatadoras e pode nos tornar escravos de suas ações e situações permanecendo em nossas mentes e corações mudando toda a concepção que temos da vida e das pessoas.

Se esse amor, ainda for difícil de ser vivido, que tenha que roubar momentos, e como ladrões na noite escura, sorrateiramente procurar lugares onde não possa ser visto e ouvido, se consegues sorver o gosto suave desse amor. E se ainda mais, esse amor não podes sempre estar junto de ti, que tenhas asas fortes, que possa voar para mais longe que suas vistas possam alcançar, e que nesse voar, haja outras aves, que também procuram suas asas para se completarem, ainda sim, se continuas confiante e seguro, estás vivendo realmente um grande e verdadeiro amor.

Se não te importas o quanto dure...e que seja eterno enquanto durar... e que na madrugada silenciosa, acordas só, mas na certeza que este amor estás contigo e que o amanhã o trará, assim como, trarás o sol radiante e fulgurante creias é um grande amor....

Se esperas ouvir apenas uma palavra que lhe dê a certeza que este amor existe de fato e direito, se esta palavra ainda não lhe foi dita, mas acredita que ela está germinando, e como a flor se abre em botão para depois desabrochar com toda a sua beleza, ainda que nesta rosa haja espinhos, e que esses espinhos não lhe perfurem a mão, acredites é um grande amor...

Mas se te preocupas por onde andarás teu pássaro sagrado, se andará com outra ave, que árvore irá pousar, que céu percorre em seu voar, e que horas ouvirás teu canto suave, fica atento, busque a segurança que não tens,que você não consegue encontrar em ti mesmo e procure outras aves que como você cantem a mesma melodia...saibas que não está pronto para viver esse amor...

Gilmar

Manhã de 27 de agosto de 2003