Família: Pai e Filho!
Família: Pai e filho!
Olha, o frio está chegando
Com ele vem a dor lacerante
A desproteção, aumenta a fome!
A situação de rua fica mais complicada
Vou lhes falar de um homem
Um não, vou apresentar-lhes dois
Cícero é brasileiro, paulista
Um homem de meia idade
Não está sozinho na vida
Tem um filho de vinte anos
Seu filho é o Francisco
Ambos tem algo em comum
Eles não tem uma casa, um lar
Tem por morada as calçadas
Será que eles tomam banho?!
Onde fazem as necessidades?!
Cícero é um homem inteligente
A noite ele fita as estrelas
O seu filho aponta a lua
Eles são muito amigos
Ele o chama de pai
O pai o chama de filho
E são tão intensas essas palavras
Tão íntimas e sentidas
São palavras doces
Que dizem muito!
Daqui a pouco o frio chega
Eles estão inseguros
Seus medos são abafados
Mas esse fantasma existe e os ronda
Assim como a fome!
Pensemos, eles também são família
Estão tentando sobreviver
Busca de um viver melhor
São homens que estão mendigos
Esta situação de rua os aproximou
Vejo neles um amor imenso
Nos olhos de Cícero, brotou uma lágrima
Depois muitas e ele agradeceu
Por seu filho está ali bem ao seu lado
Podia protegê-lo, cuidá-lo
Eles buscam um trabalho
Fazem bicos para sobreviver
Mas o que ganham é tão pouco
Mal dá para comer
O frio está chegando
Com ele vem o desconforto
Cícero e seu filho também
Dão risadas e brincam
Eles têm esperança
Também assim a confiança
Ontem algumas mulheres
Esposas de militares
Estenderam as mãos
Agasalharam, acolheram
Elas estavam lá envolvendo-os
Com cobertores, sopas e frutas
O pão era mais delicioso
Por certo, era o pão do amor
Do amor ao próximo
Da compaixão
Da caridade
Das palavras doces
E do afago!