conversinha de alguém sem inspiração
Às vezes encontramos amor em algumas pessoas. Às vezes desencontramos do amor em nós. Eu fiquei pensando nessa arte do encontro que é a vida aquém do subterfúgio vil dos poetas, embora sim, haja tanto desencontro. Do meu singelo modo de fazer poesia com as coisas todas, reforço a beleza e a arte também em desencontrar-se. É sempre bonito entender quando se deve ir, é sempre bonito saber que não se sai da vida de ninguém sem avisar. É honesto. E o mundo anda precisando disso!
Há vezes que quero o agito. Outras, silêncio.
Eu sei que o mundo lá fora está um caos, e sei que nem sempre é possível substituir um discurso político por poema de bolso – salve, Nelson* - e talvez por saber disso que ainda sou aquela que deseja que fique apenas quem queira ficar, e aquela que manda mensagens aos que tem afeto: “tá tudo bem? ”, “tô com saudade” ou “como andam as coisas?” e depois responde a todos com coisinhas do tipo “o preto é mais bonito” “vai ficar tudo bem” “vem pra cá” “quer que vá aí? ” Dependendo da mensagem até ligo. Ainda sou aquela que mantém os laços.
No fundo, é isso que nos cura de verdade.
Em tempos de guerra, o amor é anarquia.
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*Nelson Rodrigues