I n f e r n o

Não consigo esquecer aquele episódio da confidência que o papa fez a um jornalista italiano, diretor do jornal "República", de que não existia inferno. Não como pinta e desenha a igreja. Foi uma confidência em off, mas o jornalista publicou. Imediatamente, não demorou sequer 24 horas, e a Cúria Romana desmentiu a notícia, afirmou que o jornalista havia confundido as declarações de Francisco, alterara, fizera ilação, concluira erroneamente. Que existia, si, inferno.

Ri que engasguei e até tive asma, tive que usar a bombinha. Sim, porque na hora que minha esposa me contou sobre a notícia do jornalista italiano, eu disse a ela: - Não dou 24 horas e o Vaticano vai desmentir. Dito e feito. O próprio papa não deu um pio, quem falou foi a Cúria.

Estava na cara que iriam desmentir. Sem a ameaça do inferno a religião, seja ela qual for, não funciona. A base delas é o temor, o medo, o inferno. O inferno com aqueles demônios futucando os pecadores com lanças, aquele fogo, aquela agonia... Sem essa ameaça nenhuma religião funciiona, repito.

Francisco é um religioso culto, honesto, compreende que essa empulhação do inferno é um abuti criadopela religião para faturar. Ele disse sim que não existia inferno coo que a Igreja sempre preconizou e pregou. Mas anão pode com a Cúria. Se ele ratifica a notícia do jornalista acabava o catolicismo. Algupem duvida?

Longe de mim não acreditar que quem faz o mal não pague pelo mal que fez. Mas isso acontece de outra forma, na própria vida terrena ou noutro plano de vida,numa espécie de retorno para purgação. Quem faz o mal é sempre um infeliz. O inferno é o lugar onde se perde a esperança. Só isso.

Sartre disse que o inferno são os outros, estava certo, de certa forma o inferno é causado pelos outros, mas tambpem pela própria pessoa qando toma o caminho da perdição.

Bom, á conversei muito miolo de pote, como estamos no tempo do inverno, mesmo que hoje esteja fazendo sol no Recife, não posso deixar de lembrar um verso de uma música de oberto Carlos, música que ele encostou dirante muito tempo, mas que cantou uma verdade arretada: "Quero que você me aqueça neste inverno e qe tudo o mais vá pro inferno". Inté.