Eu e minha MÃE!

Sou o mais velho entre os 6 irmãos. Dois homens e depois quatro irmãs. Acho, ou reconheço, que sempre fui o preferido da mamãe. Primeiro filho, primeiras experiências. Nasci com parteira em casa, no tempo em que não havia fraldas descartáveis. Só cueiros e faixas laváveis. Pomadas? Claro que não, nata fresca e maisena para proteger assaduras, decerto.

Tento imaginar o trabalho que minha mãe teve comigo. Isso tudo há 60 anos. Morando na casa da sogra deve ter passado por poucas e boas!

Lembro quando nasceram minhas irmãs. A primeira eu tinha 5 anos de idade, meu irmão três. Depois vieram mais 3 outras, a mais nova quando eu tinha 15 anos. Sempre trabalhando na roça, ajudando, ou melhor ombreando com meu pai, minha mãe ainda fazia todo trabalho de casa. Escutava novelas no rádio na hora de fazer almoço. As vezes queimava o arroz. Mas a comidinha era gostosa demais. Fazia pão de milho no forno à lenha. Tirava o leite das vacas, varria o pátio, areava panelas.

Dias de chuva, enquanto os homens jogavam canastra no bolicho, mamãe costurava roupas, preparava palha de milho para encher os colchões. Penas de marreco para travesseiros e cobertas. Limpava a casa, passava roupas, quanta coisa...

Cuidava os filhos é claro. Quando fui à escola era ela quem repassava os temas comigo à noite usando lampião de querosene. Aliás, quem levantava primeiro pela manhã era minha mãe. Fazia fogo e punha a chaleira com água para, mais tarde, meu pai preparar o chimarrão.

Agora minha mãe está com 82 anos. Boa de memória. – Eu não sou caduca, ela diz. Se atrapalha as vezes. Não lembra de todos os fatos recentes. Repete histórias. Está com problema no joelho e tem dificuldades no caminhar. Mas o importante é que está viva e presente.

Obrigado Mãe por tudo que fizeste e ainda faz por nós!

Não conseguiremos devolver 1%. Não estás caduca não, você é uma Santa!

Nós te amamos e queremos tua companhia por muito tempo ainda.

Obrigado! Saúde a Paz!

Que Deus abençoe todas as nossas Mães.

P.S. Desculpem ter relatado a minha história particular. Acho que serve para maioria.

Jorge Luiz Bledow , Porto Alegre, 13 de maio de 2018.

JORGE BLEDOW
Enviado por JORGE BLEDOW em 20/05/2018
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