OS PARDAIS

Nesta manhã, ao passar por uma rua,ladeada por ipês, totalmente floridos seus galhos atravessavam por cima da rua e se abraçavam formando um túnel colorido.

Diminui a velocidade do meu carro e pensei: Que lindo, chegou a Primavera!

De repente fui sobressaltada com alguma coisa que bateu no para brisa do meu carro. Freei instintivamente, então percebi que era um pequeno pardal, que desorientado, acabou ali.

Parei o carro, desci e retirei o pequenino já inerte, que estava sobre o capô.

Ah meu Deus que pena!

Sem saber o que fazer, coloquei a avezinha ao pé de uma das arvores e voltei para o carro.

Mas em vez de seguir meu caminho, fiquei parada analisando o ocorrido.

Observei que havia muitos outros pássaros voando de um lado para outro, e vi alguns ninhos, então entendi que o pequeno pardal estava aprendendo a voar e foi mal sucedido.

Senti também o perfume das flores que vinha às minhas narinas

Cada vez que se dava um sopro da brisa.

Carros e pessoas passavam, insensíveis a tudo, sem perceber a exuberância daquele lugar.

E a natureza segue o seu curso, insistente, disputando espaço com o concreto armado.

As aves vivendo na poluição da cidade grande, e em meio ao ruído dos carros e motos, ainda consigo ouvir o canto dessas aves sobrevivente e guerreiras.

Guerreiras Sim, porque Pardais são aves em extinção.

Lembro Quando era criança, ao cair da tarde, os pardais vinham em revoadas e fazendo um barulho danado, empoleirar nas arvore do nosso quintal, para pernoitar.

E assim que o dia clareava a algazarra era a mesma, e eu sabia que o dia estava começando.

Eles eram muitos e eu queria de todas as maneiras um pardal pra mim. Então meu pai, com todo carinho, me disse que se eu jogasse um punhadinho de sal no rabinho dele, ele ficaria quietinho e eu poderia Pega lo.

Claro que eu nunca consegui.

Mas aprendi a apreciar a Natureza, assim como Nas tardes de chuva, meu querido pai ficava sentado próximo a vidraça da janela da sala observando a chuva e sempre comentava como era maravilhoso ver as plantas sendo regada por Deus, e no olhar dele eu percebia a gratidão e a alegria de ver a natureza em ação.

Assim, fiquei alguns minutos vagando nas lembranças, por causa naquele momento, e do pequeno pardal.

Até que de repente uma buzina estridente me faz sobressaltar e voltar a realidade e então seguir meu caminho.

Nós, com os nossos afazeres e com a correria do dia a dia, deixamos de apreciar coisas tão simples da natureza, e um dia, quando menos esperamos poderemos perceber que tudo isso já não existe mais.

miriam rufino
Enviado por miriam rufino em 29/05/2018
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