Erro médico

Quantas vezes se estabelecem laços entre o médico e o paciente, e aqui não estamos nos referindo à Síndrome de Estocolmo, afinal ele não é o sequestrador, ele não nos subjuga, é sim um mentor, um orientador, e zela pelo nosso bem estar.

Pronto, fiz a apologia à minha cardiologista, por quem tenho o maior carinho, e agora vamos aos defeitos dela, não só dela, mas de toda a classe médica:

-Meu Senhor, quais os remédios que o Sr vem tomando? A pergunta é carregada de má fé, é feita com a nítida intenção de nos castigar, de revelar nossa ignorância, pois eu nunca conseguiria guardar o nome dos remédios que tomo, até os laboratórios têm um glossário como orientador, tem uma livro imenso, que serve como legenda, com o nome de todas as substâncias médicas, e como eu, um leigo, guardaria o nome daquelas coisinhas em forma de comprimidos, drágeas, ou gotas?

Faço aqui um aparte, mo nordeste brasileiro os pais colocam nomes incríveis em seus filhos: Aldelari, Aldelair e Aldelário, Cravínea, Cravínio e Cravine, Osnofla, que no Alfonso invertido, criando uma pergunta, um questionamento, os alquimistas, que deram nome aos remédios eram todos do nordeste brasileiro? Nordeste, de belas praia e belas mulheres, e de alguns nomes bonitos também, se nós conseguíssemos pronunciá-los.

Retomando o boticário, apresento como sugestão que os remédios sejam identificados com uma nomenclatura ao alcance de todos... como Trequinho, Bolinha Verde, Coisinha e Amarguinho. Os médicos prescreveriam usando a literatura médica clássica, e em todas as farmácias haveria uma tabela de conversão; tomando-se como exemplo –Atronoladiplina, na tabela de conversão seria apenas Trequinho.

Conheço pessoas que tiveram danos cerebrais irreversíveis, tentando guardar nomes de remédios, mesmo que toda aquela medicação tenha salvado o fígado dele, mas a cabeça do coitado...

Médicos também deveriam tomar mais cuidado com a caligrafia, e com o jaleco que usam, tem médicas que usam jalecos de uma conhecida grife parisiense, o que faz e alguns centros cirúrgicos, badaladíssimos desfiles de moda.

Eu, se tivesse autoridade para tanto, determinaria que médicos não usassem jaleco, exceto em ambientes esterilizados, usariam crachás, com um breve texto, escrito com o próprio punho, a letra do médico é indisfarçável, ou que se colocasse um médico, em cada farmácia e botica, apenas para ler as receitas apresentadas. Eu sei que médicos mais exibicionistas colocariam, no crachá, imensos textos de Joyce, e para evitar esse desgaste, os crachás teriam tamanho limitado, mesmo que a literatura seja um pouco prejudicada, mas o propósito do selo identificador seria preservado.

Deus escreve certo por linhas tortas, e os médicos rabiscam, por sobre estas linhas, com uma letra torta

Para que a justiça seja preservada, faço uma ressalva à minha cardiologista, ao meu oftalmologista, ao meu urologista, ao meu dermatologista, e à toda a equipe de logistas que me dá assistência- Meu respeito

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 01/06/2018
Reeditado em 28/04/2020
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