ZONA DE CONFORTO

As constantes discussões com o marido entristeciam o coração de Maria Clara, principalmente por as mesmas ocorrerem, muitas vezes na presença das crianças, Laura e Júlio, que sempre sofriam ao ouvirem a voz alterada do pai, certamente provocada pelo uso do álcool, e o choro baixinho da mãe.

Maria clara, 36 anos, enfrenta essa situação desde os primeiros meses de casamento, quando Luís, o marido, começou com os maltratos e inconsequências de um homem

alcoólatra.

Foram inúmeras as vezes, em que após as cenas com Luiz, Maria Clara resolve ir embora abandonando tudo. Mas essas decisões duram pouco, pois logo a jovem lembra dos dois filhos e dos nove anos de casada. E o medo do desconhecido mais uma vez a deixa inerte e a paralisa.

E paralisada, a jovem permanece naquela que julga ser sua zona de conforto, sua casa, seu lar. Nesses momentos a jovem esquece de um outro medo. O medo do próximo retorno do marido bêbado.

E assim, passam meses, passam anos e o coração da esposa vai ficando cada vez mais machucado e a mãe enfraquecida pela incompreensão e pelo desamor cega- se as oportunidades e mudanças, teme o desconhecido agarrando-se, quem sabe, ao chavão:"ruim com ele pior, sem ele".

Porém, um dia Maria Clara não resistindo as humilhações, decide dar um basta a essa vida de sofrimento.

Encontra no fundo de uma velha bolsa um ocartão: Mário Paes-Advogado.

Trêmula a jovem pega o telefone. Nervosa prepara-se para a consulta ao profissional. Ato esse, que realizou com forças até então desconhecidas. Agarra a possibilidade de mudança e lançando um novo novo olhar para o futuro, consegue visualizar para si e para as crianças uma melhor qualidade de vida.

A história acima, conhecida de tantas e tantas mulheres, protagonistas de tantos dramas, anônimas e vítimas de um sistema cruel, pode deixar de

ser apenas um número a mais nas estatísticas. Pode ter um um final feliz onde a jovem mãe encontre um novo lar para seus filhos, quem sabe, ao lado do advogado Mário, como também pode ter muitos outros finais onde a auto estima e o respeito façam parte de um relacionamento saudável, enfim de uma vida que valha a pena ser vivida

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 05/06/2018
Reeditado em 16/06/2018
Código do texto: T6356498
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