MEDO DO MEDO
Era uma madrugada fria, os galos cantavam, mas os cachorros estavam silenciados, o que não era de costume. As cortinas das janelas da sala balançavam suavemente, e eu podia ver as luzes da rua que cintilavam por entre a vidraça, as árvores dançava suas sombras pelas paredes... Depois que tudo se calou, ouvi o som da noite, e não sei o que senti, se medo, ou liberdade. Medo das corujas que também soltaram seus gritos de horror mais cedo, medo do silêncio dos cães, dos galos que cantavam, ou do que havia em mim. No som da noite existem tantos mistérios, quem os ousa definir? Uma sinfonia de baixos, notas que saem de um órgão antigo e empoeirado.
Assim foi aquela noite, olhando as luzes que dançavam lá fora, as sombras que voavam de um lado para o outro, e os vários contraltos da meia noite, foi que descobri: que eu tinha medo do medo que havia em mim! E esse medo do medo saltou para fora, escorregou por baixo da porta, misturou-se entre os vultos das folhas, e sumiu pelas ruas...
Nunca mais tive medo do medo, ficou apenas um medo, o qual todos temos que enfrentar...
Assim foi aquela noite, olhando as luzes que dançavam lá fora, as sombras que voavam de um lado para o outro, e os vários contraltos da meia noite, foi que descobri: que eu tinha medo do medo que havia em mim! E esse medo do medo saltou para fora, escorregou por baixo da porta, misturou-se entre os vultos das folhas, e sumiu pelas ruas...
Nunca mais tive medo do medo, ficou apenas um medo, o qual todos temos que enfrentar...