Metendo o bedelho na discussão alheia...

Aprendi algo na vida que até me admiro porque sou alguém meio arengueiro: aprendi que precisamos respeitar as ideias e posiçõesdos outros. Respeito, mesmo que discorde em gênero, número e grau. E respeito ainda mais quando a idéia ou opinião é exposta com convicção e co base num argumento lógico. Além de respeitar eu defendo os que pensam diferente, em qualquer canto e em qualquer momento, mesmo que isso me custe a incompreensão e revolta de terceiros. Sim, sou danado pra meter o bedelho na discussão alheia, seja lá que forem os personagens da discussão.

Foi o que aconteceu hoje num café, de manhã, a Ingaterra a estava ganhando de 3 x O e me desinteressei do jogo, fui pro café encontrar os amigos, tomar um expresso ou dois e bater papo. Deppisque tomei o primeiro cafezinho e toei o copinho de ´pagua mineral com gás, uma senhora mito distinta e que só conheço de vista, mas amiga de uma amigas minhas, começou a defender uma lei para o aborto. Detalhe: eu sou contra o aborto, radicamente contra, acho um atentado contra a vida. Mas a senhora estava argumentando com lógica. Ela disse que a ei era necessária porque as moças ricas podiam abortar com segurança em cínicas especializadas, mas as pobres tinham que recorrer a "cambumbeiras" (foi o termo que usou) e, resultado, sempre corriam perigo de vida, nao rarou havia notícia da morte de uma delas. Assim, com a lei, o estado daria assistencia às pobres que desejassem abortar. Ela não estava dizendo que era a favor do aborto, mas defendendo uma lei que desse assitência às mulheres pobres que desejassem abortar. A senhora foi além, tirou ua cadeneta da bolsa e citou vários casos de óbitos de mulheres que abortarm na clandestinidade. Um dos casos eu conhecia porque foi na minha Região. Ela terminou sua defesa da leido aborto dizendo: - "Se as mulheresricas e remediadas abortam em segurança, por que as pobres não devem ter o mesmo direito?".

Foi contestada no ato por um sujeito catolicão fanático, meu conhecido mas não amigo. O cara foiuito duro e deselegante, afirmou que a senhora estava defendendo o crime contra a vida, atetando contra quem nao podia se defender, que aquilo era uma pervesidade, um iincentivo a aniquilação da vida humana. Que quem defendia a lei do aborto era contra o cristianismo, era um ser perverso, frio e desumano, alguem que era ateu e materialista. A senhora ficou pálida, tremendo, assustada e começou a chorar. Etodo mundo calado, comose estivesse de acordo com o esculacho do catolicão que conheço de velhos carnavais e sei que é santinho do pau ôco. Não devia me meter, mas não sei ficar calado quando presencio uma covardia. Foi então que terminei o segundo cafezinho, tomei o copinho de água mineral, tossi a tosse seca de asmatico e disse com minha voz rouquenha:

- Cabra véio, você sabe que sou contra o aborto. Mas o que essa senhora estava defendendo não era o aborto em si, mas uma lei que desse às mulheres pobres o direito à assistência médica se desejassem abortar como fazem as mulheresricas e remediadas. Voê não anaisou o ponto de vista dela, agrediu uma questão humana, agrediu uma mulher, coisa que você nao tem coragem de fazer com um homem. Mais: não tive conhecimento que você tivesse chamado sua sobrinha de assassina quando ela abortou e teve assistência médica. Se você fosse outro e não o santinho do pau Çôco que e ediria desculpas à senhora. Ele nao pediu, mas baixoua cabeça.Foi entao que um amigo virou o disco dizendo que a Inglaterra vencera o jogo por 6 x 1.

Quando cheguei em casa esse amigo que virou o disco me telefonou dizendo que o sujeito estava sem graça e triste comigo, mas havia baixado a pancada e depois que saí ele pediu desculpas à senhora. Não me arrependo de ter metido o bedelho na discussão alheia. Sou um caso perdido. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 24/06/2018
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