TALVEZ PRECISAMOS MESMO CAUSAR A FALTA

TALVEZ PRECISAMOS REALMENTE CAUSAR A FALTA

Você já deve ter lido aqueles textos de autoajuda do Instagram ou Facebook afirmando que é preciso fazer falta. É provável que, inclusive, tenha compartilhado. Não foi um, dois, quatro que já vi, e, sim, VÁRIOS. Mas até mesmo esses temas “batidos” ou clichês merecem atenção e reflexão.

Há certos momentos na vida em que você se sente só. Até aí tudo bem. É normal. Se ainda não aconteceu, vai acontecer. Em algum momento irá se sentir ou estar sozinho. E engane-se quem pensa que a solidão não chega quando está rodeado de pessoas. Tem muita gente aí casado, namorando, ou sempre cercado de dezenas de amigos, mas a maior companheira é sempre a solidão.

Só que, pensando com os meus botões, essas frases motivadoras que nos trazem a sensação de ser fácil colocar em prática, têm sentido. Quando percebemos que é necessário fazer falta, temos duas opções: dar certo ou errado. “Mas isso é óbvio”, você deve ter pensando. Sim, é fato. Explico logo abaixo.

Vejamos: quando você decide não mais correr atrás de uma certa pessoa, há a possibilidade dela te procurar e aí ponto positivo porque conseguiu o resultado desejado; ou ela pode simplesmente fazer nada em relação a isso e o contato entre ambos acabar de vez. Temos que estar preparados para as duas consequências. Porém o receio de continuar sozinho não deve ser barreira para que você tome essa atitude. Claro, é extremamente difícil agir e ligar o foda-se para um resultado que deseja imensamente ser favorável. DIFICÍLIMO.

A era “nunca ter ninguém para sair, conversar, brigar, transar, beijar” chega para todos – ou para maioria. É aí que talvez precisemos realmente causar a falta. Estar desacompanhado é uma consequência de N motivos e atitudes, mas quando você se esforça para agradar as pessoas que ama e percebe que tem zero retorno de respeito, amor e sacrifício, precisa ligar o alerta e fazer falta.

No livro “A sutil arte de ligar o foda-se”, Mark Manson discute a ideia de que quando relaxamos, paramos de procurar, as coisas parecem, naturalmente, acontecer e entrar no eixo. Provável que o mesmo ocorra no sentido de estar ausente na vida alheia. Por isso é importante “sumir”, não procurar, deixar de lado. A sua solidão será melhor para você que o desgaste da decepção de sempre querer estar com alguém e receber um “não”.

Portanto, faça falta. Suma. Não responda. Ou responda com o “não” também – mesmo querendo dizer “SIM, CLARO, TÔ AQUI!”. Só que não faça isso por pirraça, porque seria imaturo e infantil. Faça por protesto. Faça pelo seu próprio bem e pelo respeito a si mesmo. Não somos um poço a ser preenchido por desabafos e necessidades dos outros sempre que eles querem. Façam com que sintam isso.

Ainda não consegui encontrar dados científicos para comprovar a tese de que quanto menos você se importa ou demonstra se importar maior a possibilidade da pessoa te procurar e, quem sabe, sentir sua falta. Mas, nesses momentos de solidão, o que nos resta é tentar jogar esse jogo e esperar o resultado; nos convencer de que ali, longe, no fundo, vai ter alguém esperando apenas o momento certo para preencher seu vazio. Ou simplesmente nada irá acontecer e teremos que aprender a viver com a solidão, centralizar a importância e o valor no que e quem realmente merece.

ATENÇÃO: No meio desse – podemos chamar de caos ou é muito exagero? -, tente sempre fazer uma pergunta a si mesmo: será que o problema sou eu? A partir daí, analise a situação. É mais confortável acharmos que o errado é o outro; mais fácil de seguir em frente. Então seja sincero consigo e, por mais incômodo, seja honesto ao se abrir para a possibilidade de que o causador do seu problema é ninguém mais ninguém menos que você mesmo. E, se a resposta for sim, está na hora de causar a mudança. A lei do “só recebemos o que damos” é falha, mas não deixa de ser verdade.