Cinza em mim!

Hoje diferente da maior parte de todos os dias o sol brilhava no céu curitibano. A temperatura era amena e apenas uma camiseta me vestia. Mas o cinza hoje diferente dos outros dias não estava no céu estava em mim. O cinza cobria dedes meus pés calçados por minhas surradas botas até os emaranhados de meu cabelo. A chuva desta vez não se encontrava caindo das nuvens e correndo pelo asfalto negro. Ela era diferente as nuvens eram meus olhos minhas lágrimas eram a chuva, essa nova chuva não corria pelo asfalto negro, mas por minha negra pela.

Estava eu chorando, calado, torcendo para você atender-me do outro lado da linha e dizer “Eu te amo pretinho” a espera foi árdua vinte e oito vezes. Mas você cismava em não me atender. O relógio marcava 08:00 da manhã , mas parecia que já havia passado uma eternidade desde que às 07:13 quando li as mensagens que me enviara na madrugada até às 08:00 no momento que resolveu me atender. Foram os mais demorados 47 minutos que a humanidade já vivenciou, pelo menos na minha mente.

Conversamos por um tempo que parecia ínfimo às vezes e eterno em outros momentos. Quando terminamos parecia que um raio de sol começava a surgir no cinza do meu peito. Mas ainda o dia permanecia feio e nublado no céu de minha lama.

Agora são 13:40 o cinza começa a se esvair em meu ao meu sorriso ainda amarelo lembrando da sua voz, dos dias de trabalho consertando a tubulação de sua casa, das noites mal dormidas no colchão de solteiro no chão da hospedagem, ou quando a noite era especial e pegávamos escondido o colchão no quarto que vagara, mas sabendo que precisaríamos acordar cedo e devolver antes que alguém percebesse, ou talvez do dia na padaria que o VR não caíra.

Lembrei-me também dos dias de “luxo” do jantar naquele restaurante do Bacacheri da noite de rei no hotelzinho ali no centro histórico. E claro de você com o coração na mão ao eu afrontar os policiais que importunavam o pobre morador em situação de rua. Lembrei-me das brigas, das lágrimas, das noites bem e mal dormidas. Lembrei-me apenas lembrei-me coloquei cada coisa positiva e cada coisa negativa na balança do meu peito.

A resposta foi algo que já sabia mesmo antes de começar a lembrar-me. Cheguei à conclusão que te amo e que você também me ama. Obrigado por existir e fazer parte de minha vida.

Everton Rocha
Enviado por Everton Rocha em 26/06/2018
Código do texto: T6374493
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