ORAR PELOS OUTROS
 
 
Não quero que orem por mim. Por favor, agradeço a consideração e o interesse, mas podem deixar que por mim, eu mesma oro. E mesmo assim, eu o faço com muito cuidado, justamente porque eu acredito piamente no poder da oração.

No livro “Cuidado com o que Você Pede nas Suas Orações,” de Larry Dossey, há a história de um rapaz cujo maior sonho na vida era ser escritor; talentoso, apesar de sua habilidade com a escrita, nunca conseguia publicar um livro. Deprimido e decepcionado, o jovem acabou desistindo do ofício, seguindo outra carreira que agradou muito à mãe. Ao saber que o filho desistiria de ser escritor, a mãe comentou, feliz: “Ah, que bom que você desistiu dessa bobagem. Rezei a vida toda para que isso acontecesse!”

O rapaz, indignado, descobriu o poder da oração de uma mãe, que pensava que estivesse fazendo o bem a ele. Viveu anos e anos de sua vida totalmente infeliz e frustrado, e só pode libertar-se ao descobrir que a mãe vinha rezando para que ele desistisse do seu maior sonho.

Acho que na maioria das vezes é assim quando rezamos por outras pessoas; forçar alguém a ir contra as suas inclinações, ou a desistir de um sonho simplesmente porque ele não nos agrada, é egoísta e cruel. Há sempre pessoas interesseiras que nem sequer percebem que, ao tentarem forçar alguém a providenciar-lhe vantagens, seja através de orações, “trabalhos espirituais” ou chantagens emocionais, estão submetendo a pessoa em questão a sofrimentos desnecessários, constrangimentos e infelicidade, e até mesmo, doenças físicas e mentais, como a depressão. Se a pessoa não for forte o suficiente para a firmar-se, estará condenada a ser infeliz. E tudo por causa de uma inocente oraçãozinha, que na verdade, “É para o próprio bem dele.”

Muito egoísta esse pensamento de quem acha que sabe o que é melhor para todo mundo.






 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/06/2018
Código do texto: T6377737
Classificação de conteúdo: seguro