Caminhar sob(re) Gotas

Uma coisa interessante de se ver é as pessoas andando em dia de chuva, todo ser humano é esquisito por conta própria, em dias de chuva ainda mais! Por que conseguem multiplicar toda esquisitice, e ressaltá-la em pontos estratégicos que fazem o nosso simples viver de cada dia, ficar complexo em dobro, por quê?

Porque ficamos irritados, pelo simples fatos dos pingos molhados, do insistente “plic-plic” fazer parte de nossa co-existência, porque somos involuntariamente egoístas, e temos medo de nos molhar como se cada molécula fosse constituída de açúcar, e derretêssemos num mínimo expor ás tormentas. O problema, é que vemos então não as qualidades, as coisas boas, os frutos de encanto nas tempestades, somente tememos, trememos, e somente! É loucura apreciar um solene passeio de guarda-chuva numa noite escura, andar e sentir o ruído dos sapatos no calçamento sólido, tão insólito, que te faz escutar tantas coisas na verdade, é um tempo para pensar ritmado aos passos fortes corroendo o silêncio. Pense bem e verá que é algo que imaginou um dia, só faltou a coragem para realizá-lo, ou até mesmo uma chuva mais amena... Só você, os ruídos do sapato o guarda e a chuva! Quanta lascívia e sôfrego! Mas tememos, trememos! E em geral mentalidade, a coisa tem de se adaptar a nós: “ Hoje não pode chover porque tenho uma festa para ir! “Hoje tem que chover, para que as mudinhas vinguem”. Um consenso é deveras distante, inimaginável. O bom pra mim, nem sempre é o bom pra você, então como nos achamos a raça dominadora deste esquema bem armado chamado ‘planeta terra’, tentamos, pensamos que coisas como a chuva são supérfluas, I-D-I-O-T-A-S, nos importamos com nossos sapatos e o ruído deles, mas a chuva, ela é nada perto de tantas outras coisas extremamente interessantes que temos a fazer... Mas não nos damos conta que estas outras tantas coisas só é possível, se alguém, se nós mesmos de vez em quanto andarmos sozinhos a noite na chuva com sapatos que façam ruído para escutarmos no silêncio e refletirmos... Porque pertencem a uma natureza mais densa e abstrusa há mais tempo por aqui, aos verdadeiros dominadores!

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 04/09/2007
Reeditado em 04/09/2007
Código do texto: T637958