Solilóquio de um Errante.
Sei que errei. Sempre erro. Às vezes acerto. Poxa, quisera eu acertar sempre! Lógico! Seria até chato. E de chatice já tenho o bastante.
Nunca fui um acertador no campo de centeio.
Mas sei que nem eu nem ninguém é símbolo de beleza, magnitude e perfeição.
Sei também de quase nada e um pouco de tudo.
Mais monologo do que dialogo...
Costumo mesmo conversar muito comigo todos os dias quando acordo. É como uma oração.
Mas só Deus, Zeus, Maomé, Buda ou qualquer outra entidade celestial souberam com precisão o quanto amei e me entreguei àquela bendita! Sua família, suas amigas, confidentes, pedicures e muito menos o Papa souberam ao certo de nada ou coisa nenhuma! Tudo conversa fiada!
Ninguém nunca vai saber de nada!
A verdade ninguém nunca sabe!
Hoje mais pareço uma música sertaneja do que um ser humano.
Posso dizer até que sou emocionalmente uma tragicomédia ululante, um trapo de roupa suja prestes a ser lançado no trilho do trem. Minha alma dói!
Lógico que não vou me matar por isso, mas imagino que depois de Werter, de Goethe, sou o cara que mais sofreu por amor na história da literatura. Sem contar essas frescuras de Shakespeare.
Outro dia até comentei isso com um amigo de botequim...
Ele riu...
O Valteir...
É, sei também que muitos podem dizer:
"Pare de ficar aí se martirizando, seu calhorda hipócrita! O Brasil perdeu a Copa e quem está se importando para suas desilusões amorosas?! Acorda! Cai a ficha! O mundo está pouco se lixando para isso! E outra, há fomes, guerras e desgraças disseminadas por todos os lados! Não fez a cagada? Agora paga, desgraçado! E sem contar se ela já não estiver com outro agora... Vai saber...
Sei disso.
Sei das possibilidades e consequências.
Assumi o risco!
Não sou tido macaco velho?
Tudo o que vem e vai é de nossa responsabilidade. Acompanho a tragédia de tudo isso desde Sófocles! É um inferno e Dante sabia desde o princípio.
Mas, cá entre nós, é foda!
E só eu sei a dor que sinto agora neste meu coração desgastado.
Mas pelo menos errei e tive a hombridade de assumir o erro e espero não errar mais, mesmo que isso já não sirva mais para porra nenhuma mesmo!
Taí!
O resto é literatura!
Savok Onaitsirk