Ao cair da tarde em uma praça de alguma cidadezinha do interior...

-- Deve haver algum sentido nessa loucura dos dias atribulados. Com gente má a dar com pau.

-- Deve. Mas NÃO podemos esperar para encontrá-lo. Cumpre que prossigamos nossa viagem. Sem nos desviarmos de nosso caminho.

-- Estás a empregar uma linguagem um tanto similar às religiosas.

-- Na klar! E você? Por que utiliza o português lusitano?

-- Maneirismo. Deve ser efeito de minhas últimas leituras, compreendes? Elas, com algum efeito, parecem ocupar minha mente por algum tempo um tanto maior que o habitual.

-- Oh, sim! SIM! Quisera eu passar algum tempo igualmente debruçado sobre os livros! Saudades de meus tempos de acadêmico!

-- A academia nem sempre me agradou. Ingressei nela por indicação de familiares. "Curse tal faculdade que terás muito dinheiro ao tomar parte no mercado de trabalho" e outros conselhos do tipo. Confesso, no entanto, que decepcionei-me com minha escolha. Deveria ter ouvido me coração. Voltar no tempo, agora, seria ótima pedida! Que me dizes?

-- "Voltar no tempo". Gostaria que semelhante chance me fosse concedida. Haja vista que possuo coisas para acertar...

Entreolham-se e nada dizem nem fazem além disso. Segundos depois, olham para o horizonte. Reconhecem-se de algum lugar.