Domingos

Ela havia nascido num domingo e por isso o nome dele era Domingos,por mais que ele negasse o nome, de qualquer maneira, o motivo era esse, era um domingo. Diziam que foi por um motivo religioso que a mãe dele havia escolhido, mas, ela não vai confirmar, tendo vista que el foi embora para Pernambuco há tempos.

Domingos tinha duas mulheres e não sustentava nenhuma das duas e havia boatos de que ele buscava uma terceira, no entanto, mesmo a mais ingenua das moças sabia que não daria certo. Domingos dizia que trabalhava e por muitas até enganava mesmo, era visto para cima e para baixo levando e trazendo coisas e não recebia quase nada por isso e esse quase nada para ele, era o suficiente para manter os vícios, álcool, nicotina e maquinas caça niqueis, uma vez até ganhou quinhentos reais numa maquina dessas, dinheiro que serviu para saldar as duvidas que possuía no bar da Teodora.

Todos conheciam a sua fama de falastrão, mesmo quem não o conhecia diretamente, aquele baixinho, magrelo que fala pelos cotovelos e que é um tanto quanto chato, ele tinha um filho, quase que uma cópia de Domingos, não poderia e nem deveria negar a paternidade, bem, até mesmo os vícios pareciam terem vindo de forma hereditária.

Todos já imaginam e destino dele.

Hoje é domingo, não qualquer domingo, mas, é domingo, aniversário de quarenta e nove anos de Domingos. Até ontem ninguém sabia, só ficamos sabendo porquê olharam no RG dele à fim de saber o nome do sujeito que havia acabado de ser encontrado morto, próximo ao bar da Teodora.

Domingos Inocêncio, o velho Domingos.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 19/07/2018
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6394706
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