Para todos o amor
 
 

 
Essa semana, Samuel Nascimento, do grupo Piauí em letras, lançará o livro: Para todos o amor. O título é bem sugestivo e me fez refletir sobre o amor em um de seus aspectos -  O amor romântico como o conhecemos hoje. 
 
Dos sentimentos humanos, esse talvez seja, o que mais nos intriga, pois é da essência humana buscar o outro numa relação de amor. Social e gregário por natureza, não importa em que cultura alguém venha a nascer, a necessidade de amar é tão inata ao ser humano como a de comer ou dormir. Assim como alguns precisam de mais comida ou mais horas de sono que outros, alguns têm mais sensibilidade para o amor. Não importa em que medida, todos merecem amar.
 
No filme Tróia, uma frase do rei chamou-me a atenção. Ele justificava o porquê da guerra. Tróia era uma cidade - estado acostumada a guerrear pra manter sua independência. Questionado sobre o fato de irem à guerra por causa de "amor", ele responde que de todas as guerras travadas até aquele momento, nenhuma tinha a importância daquela porque pela primeira vez iria lutar pelo que valia a pena - o amor.

Os homens matam e morrem em guerras insanas por  motivos fúteis e torpes. Por que não uma guerra em nome do amor? É paradoxal, eu sei. Supõe- se que o amor é um sentimento que não combina com guerra. Mas, às vezes, amar é uma verdadeira guerra e nem sempre com armas.
 
Acredita-se  que o amor  torna as pessoas melhores. Parece -me que até na guerra! Um certo General, ao ser perguntado sobre os melhores soldados, disse sem titubear que eram aqueles que tinham deixado amores esperando por eles e não os solteiros ou "desgarrados". Quem ama, tem a cada dia um motivo  a mais pra viver.
 
Mas, o amor não é algo "redodinho" e plano. Muitas são as perguntas que se faz acerca dele, que além de emocionante é intrigante. Será que existe um jeito certo de amar? Será que amamos mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Não sei a resposta, eu apenas especulo. Exemplos não faltam das mais diversas formas. Acredito na importância do amor em qualquer de suas formas.

Tenho a impressão que amar mesmo, só amamos uma pessoa por vez. Mas, essa pode ser a minha forma de amar ou pensar. Um sentimento tão múltiplo assim, não pode ser reduzido a uma explicação de "tudo" ou "nada", se nem explicação se tem para dizer porque amamos alguém. Não estou falando de relacionamentos - esses, pode-se ter inúmeros ao mesmo tempo.
 
Existem ainda, aqueles amores com  "síndrome do profeta". Oséias foi um profeta que se apaixonou por uma mulher que não o amava. Ele fazia e suportava tudo em nome desse amor, pois acreditava poder  conquistar  seu coração.  É mais uma forma de amar, para alguns, das mais sublimes. Existem pessoas que vivem em função desse tipo de amor não correspondido, sofrido e que maltrata. E, mesmo assim, continuam insistindo. Se perguntarmos o porquê a  elas, dificilmente saberiam responder. Não se pode, no entanto, confundir um amor verdadeiro e desafiador, com o desejo de manter relações fracassadas, apenas por estarem dentro dos "padrões" aceitos socialmente, sabendo não existir mais afeto.
 
 
Contudo, qualquer coisa que se diga sobre o amor é especulação, pois,  a grandiosidade do amor não cabe em conceitos fechados ou fórmulas matemáticas. É preciso entender que o amor é a essência da vida e não requer explicação. Como diz a letra de uma música muito tocada ultimamente: "Te prometo não te prometer nada. Não tem sentido te dar casacomida, e roupa lavadaSe faltar amor". Sem sombra de dúvida, em tempos tão nebulosos, Samuel Nascimento tem toda razão ao escolher esse título:  Para todos o amor.



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