Vida no interior (Ontem e hoje)

Quando morava no interior bebia água puxada com a gangorra do poço ou de cacimba.

Agora quando vou à minha terra natal, bebo água filtrada de poço artesiano que é retirada da torneira.

Antes bebia água do pote de barro, agora água geladinha e filtrada.

Antes tomava banho na lagoa ou no açude, hoje no banheiro com direito a chuveiro e tudo.

Antes só a belíssima luz da lua ou de lamparina, agora luz elétrica em casa e no terreiro.

Antes brincava de roda, de esconde-esconde, cair no poço e de recitar velsos (versos), hoje assisto a novelas, filmes, jornais e aos programas que quiser.

Antes ia para as rezas, terço, benditos; hoje o povo só quer saber de televisão.

Anteriormente andava a cavalo, jumento, burro ou besta; atualmente só de moto ou carro.

O povo esqueceu de Deus e a seca voltou; no momento de sofrimento o povo por Deus rogou.

Antigamente rezava ao meio- dia orando para Deus pedindo chuva; hoje só reclamação do calor e dos prejuízos.

Antes comíamos farinha de puba com café, hoje o preço da farinha está pela hora da morte, porque poucos plantam mandioca. Além disso, a seca também castiga.

Os tempos estão mudados, no interior poucos lidam com lavouras, pois o que mais aumentou com a energia elétrica foi o consumo de bebida alcoólica, pode faltar tudo, menos um bar.

Infelizmente essa é a realidade da vida no campo nos dias atuais.

Marinalva Almada
Enviado por Marinalva Almada em 26/07/2018
Reeditado em 23/03/2024
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