A Palavra é... BVIW

Vamos dar um pulo nos anos 60 e imaginar alguns flashes de um programa que fazia sucesso na Globo de então, a hoje quase moribunda TV Record: O programa era o "Esta noite se improvisa", em que duelavam por um Gordini: Caetano, Chico, Simonal, Jair, Elis, Imperial e outros tantos.

Blota Jr dizia: "A palavra é..." e o objetivo era cantar uma música que tivesse a palavra dita pelo apresentador e quem soubesse, apertava o botão e ia ao microfone. Simples delícia em que Chico e Caetano eram os craques e não havia para ninguém.

Um programa que podia ser constrangedor, pois numa das edições o Vinícius, aquele mesmo, incentivado malandramente pelos "coleguinhas", apertou o botão e foi ao microfone cantar, pois a palavra era “garota”. Demorou um pouco até cair a ficha do "poetinha" pois “Garota de Ipanema” não tem a palavra mágica, a não ser no título... Pode?

Foi a partir desse programa que Caetano ficou conhecido em aparições semanais: magro como um varapau, tímido de quase se esconder, com seu único paletó xadrez e gola “rolê” e sedimentou o sucesso dos festivais com "Um dia" e principalmente com “Alegria, Alegria”. Eu fui. Por que não?

Muitos CDs e livros depois, 5 décadas de veneração que não são 5 semanas, hoje o Caetano não é o mesmo de Sampa. Admirador e defensor do indefensável e, apenas na aparência, mais “inocente” que naquele início quase bucólico.

Eu, ainda mais ingênuo, pensava que a palavra era "Liberdade" mas, assim como fez Vinícius, só que 50 anos depois, descobri que a música que ele canta não tem essa palavra...

Um grande abraço! Leo

Nilsson
Enviado por Nilsson em 01/08/2018
Reeditado em 03/08/2018
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