Bagabem na porta
Não sei qual o começo certo pra criar uma esfera na sua imaginação leitor, então vamos dizer que, coisas ruins aconteceram. Ou boas, depende muito de como você interpreta os acontecimentos da vida adulta e de como encara os anos, o peso deles, as responsabilidades.
Eu por exemplo levo bem, até certo ponto.
Crescer parece ser um amontoado de experiências que vão te deixando distante demais da imaturidade pra reclamar. É isso mesmo que eu disse, não é a maturidade em si que te ensina, é se distanciar da liberdade de poder ser imaturo que te faz crescer e aprender coisas novas.
Quando tinha dezesseis anos eu não podia tropeçar que dava a volta na adolescência e corria pra porta da imaturidade com lagrimas nos olhos e dor no peito. Hoje com vinte e três, tem uma bagagem travando a porta, é imensa.
Não tão grande quanto ainda vai ser, eu sei. Longe de mim subestimar todo o potencial que ela tem de virar um gigante que consegue me esmagar com um só pé, mas ainda assim já é um trabalho imenso dar a volta nisso e correr para porta da adolescência e depois para da infância, que eu quase não consigo mais alcançar.
Dá uma preguiça danada.
E é por isso que eu sou "forte" e fico aqui na minha vida adulta, atrás de papeladas, contratos, computadores, impressoras e telefones.
Comecei a escrever isso aqui querendo falar para vocês o quanto tem sido difícil e que eu queria abrir o coração mesmo, dizer que as vezes eu me sinto enlouquecendo, que dói e que as vezes eu choro até dormir, igual criança. Mas dizer isso seria admitir que eu não consigo, né?
E eu consigo. Tenho conseguido até aqui. Olho pra tudo que eu já conquistei com meu esforço e meu trabalho, eu penso em tudo que ainda posso alcançar e parece valer a pena, então se é assim, eu tô no caminho certo não é?
Ai eu ponho os fones de ouvido, arrumo os óculos que insistem em escorregar do rosto, olho o relógio, são 7:45. E ai vou trabalhar...
- Karolina Goiana