🔹 COMENTAR UM TEXTO

Usando a política da boa vizinhança, deixava sempre alguns comentários nas páginas que visitava regularmente nas redes sociais, mas somente o fazia se o texto o agradasse pela qualidade da redação e da escolha do tema. Como nem todos preenchiam esses requisitos, que reputava essenciais a uma boa leitura, passava batido e deixava de consignar a visita, ainda que isso transparecesse falta de educação. Fazer o quê? Ademais, não tinha como visitar todas as escrivaninhas.

Entendia ser algo impraticável, em face do número de manifestações literárias existentes. Lógico que considerava a recíproca verdadeira em relação aos seus escritos, embora vez por outra conseguisse resultados que se refletissem em algo aproveitável e digno de ser saboreado pelo leitor mais atento, mas sabia que isso não acontecia apenas consigo, mas com os outros também.

Sentia-se capaz de produzir uma obra de qualidade semanalmente, o que já achava de um bom tamanho. Mas para complicar um pouco as coisas, a própria dinâmica do site deixava implícito que os escritores deveriam postar textos com certa assiduidade, o que certamente diminuía as chances da confecção de temas de qualidade, em razão dessa quase obrigatoriedade.

O fato fez que percebesse ser necessária a retribuição de visitas recebidas, de sorte que houvesse uma maior interação com os pares, mesmo achando que essa troca de gentilezas descaracterizasse a autenticidade das opiniões manifestas e representasse um penoso dever de ofício dos visitantes, eis que desprovida de um maior significado crítico.

Mas como não estava ali para sugerir mudanças nesse tipo de interação, já que as diferenças de estilos impossibilitavam um posicionamento que atendesse a todas as expectativas, não teve alternativa a não ser aceitar as regras vigentes, torcendo que algum regulamento inovador oferecesse uma nova dinâmica a esse processo de intercâmbio cultural, de modo a permitir que os trabalhos literários de maior peso tivessem o merecido reconhecimento dos usuários.

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