A Sombra das Pedras

Drama, ficção, humor ou romance. Tudo verdade independente do gênero. A dor do amor perambula sobre as sombras das pedras que, enfileiradas formam a escuridão das almas, que mesmo furiosas, em silêncio choram a orfandade do desejo não correspondido, mas não maltratam o coração.

São lágrimas que, com o tempo, se transformam em correntezas; que sobre as pedras levam no peito toda mágoa, indiferença, descrença e ilusões, mas nunca a esperança.

A dor do amor é forte. Mais forte, talvez, que a tempestade em estado de completa fúria. A dor do amor, por mais que dure, não será maior do que os sonhos. Você foi real e a mais linda estrela de um universo brilhante e encantador. Quando ouvia em algum lugar a serenata

dos boêmios, a poesia declamada á amada ou por amantes da noite. Entregavam-se num olhar e se deliciavam a cada toque, a cada suspiro.

A dor do amor não pode ser igual ou maior que o desejo da busca incessante da felicidade que, mesmo carente e entristecida, por mil razões óbvias, motivada, principalmente, pela infidelidade, ainda respira o ar da graça e da pureza. Os encantos da singela moça que um dia foi a deusa da inspiração de um verso romântico e a magia de um amor inocente, envolvente e, acima de tudo, verdadeiro.

O horizonte oscila e, quando chove, faz sol; e quando faz sol, a noite chega. O amargo tormento é constante e cobra coisas de que não sou capaz. E a dor é cada vez maior, como se corroesse lentamente meus sentidos que, de tão bonitos, me sacrificam na solidão.

E o meu sofrer fere sentimentos próprios, que já não são importantes. São meras frases contidas em poesias que, distante da perfeição dos deuses do amor, já não encontraram a luz do luar iluminando e abrilhantando o encontro dos doces lábios.

Ah! Mesmo que pudesse fechar os olhos e enxergar toda beleza e vivenciar cada maravilha, seria pouco se comparado ao amor que me entorpeceu e fez delirar, como se o mundo fosse só fantasia.

Ah! Se eu pudesse me despir e mergulhar contra a maré das águas avolumadas e levar meu corpo e minha alma da lucidez a loucura. Seria pequenino diante de tantas ondas naufragadas e perdidas num oceano

melancólico e impenetrante.

Já não sou tão nobre como o pássaro que, mesmo ferido, levanta vôo feliz.Vidas marcadas por um passado desconhecido, talvez reencarnado. Já não sou o mesmo de antes.

O meu amor não permite-me render e me acovardam. Ele me fortalece. Está enraizado como se ninguém tivesse o poder de arrancá-lo de mim. O meu amor pertence às estrelas que se prendem nas constelações de um paraíso que imagino todo dia, em pensamento e em sonhos,

impossível habitar. Por enquanto, apenas sinto, enquanto escrevo.

Quando você chegar, haverá um céu com novo brilho. O azul celeste irá resplandecer, reluzente. A esperança florescerá o jardim da paixão, enfeitando e colorindo o coração. Será um momento tão especial que a magia desse momento revelará segredos, há muito guardados

sob sete chaves do grande mestre.

A essência do amor surge como luz que clareia e irradia como nunca. O público entusiasmado aplaude de pé. É a coroação do amor que, suavemente, em ritmo de canção, sai debaixo das flâmulas mágicas, despertando para a vida. Como pombinha branca e mensageira, leva

por onde passa a paz e a esperança, sem mesmo dizer.

Em algum lugar, num paraíso afrodisíaco, numa ilha, numa flor, num horizonte, tão perto e tão distante, o meu amor há de contemplar tal beleza. E nessa mistura do belo com a ternura de um anjo, a energia do amor reinará sobre os amantes da noite. E a madrugada será a

inspiração dos versos do poeta que viajará na imaginação.

O mundo se rende a seus encantos. Por mais que alguém duvide e não acredite, na profundidade das retinas dá pra ver o infinito, onde a estrela das estrelas é você. E o coração inocente capta e registra, feito radar, fluidos que se multiplicam pelo espaço. São ondas magnéticas

energéticas que vivem em função do amor perfeito, claro, se existir amor perfeito.

Amor que caminha passo a passo; que sofre e não reclama; entre chamas; sem defesa, ataca; sem piedade, exige toda verdade; puro e transparente; com o tempo, passa, mas não se apaga; chora, mas não se intimida; amor, meu grande amor, onde andarás?

Edimilson Eufrásio
Enviado por Edimilson Eufrásio em 11/08/2018
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