A repórter frustrada.

Ela vivia na janela.

“Sabia tudo” que na rua acontecia e disso fazia notícia de “primeira mão”.

Com a atenção sempre voltada pra além da esquadria de alumínio, o que lhe restava era o vazio.

A televisão era sua segunda janela. E de tanto olhá-las um dia sentiu saudade de si mesma.

Assustou-se ao ver-se refletida no espelho que por anos manteve coberto. Por uns dias o adotou como nova janela e foi ao fechar os olhos que percebeu quanto tempo perdeu interessada na vida alheia.

Um dia, de dentro de si veio o conselho libertador:

_ Saia da janela, se arrisca viver a sua história. Talvez seja bem mais divertida!

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 15/08/2018
Reeditado em 07/09/2018
Código do texto: T6419840
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