BUDA. PADRINHO DE CRISTO.

Buda chegou ao mundo aproximados quinhentos anos antes de Cristo. A bondade e a caridade são similares na doutrina budista e cristã.

A magia do Buda não reside em descobrir no interior do ser humano o Deus, o céu e a eternidade tão perseguidos pelo homem, mas antes em encontrar o “novo estado de consciência”. Após viver entre sedas, ouro, especiarias e satisfação de todos os desejos sonhados pelo gênero humano, deles se apartando para alcançar a paz, a serenidade e a sabedoria, todas revestidas no invólucro da compreensão, Sidarta Gautama, o Buda, se iluminou.

Esse estado mirífico nominado de iluminação, envolve e arrebata a todos, cujo senso da inteligência se torna incansável, na busca mínima do entendimento por essa transitoriedade humana, que teima na ampulheta da história em sonegar a origem da vida e seu desfecho, intimidando as crenças, a filosofia e a ciência, que se apequenam diante da vastidão do cosmo visibilizado por Buda, onde não há fronteiras ou padrão, abismos ou proximidades, certezas ou incertezas, espaço em que tudo estaria ligado pela energia única que é vida etérea, impulsionando todo o universo, inexistindo doença, velhice ou morte.

E Sidarta Gautama, o Buda, encontrou esses valores na cidade de Bodhgaya, sob uma árvore, datam vinte e cinco séculos. Após profundo estado de meditação, quando abriu seus olhos ele já não era Sidarta Gautama, mas “aquele que despertou”, o Buda.

O que teria acontecido embaixo dessa árvore motiva o alicerce de devoção de todos os budistas, acreditando que ao praticarem o profundo estado de meditação chega-se à revelação. E fica-se desperto.

A experiência conhecida como iluminação, que leva à descoberta do nirvana, é a meta de quem se entrega com método e disciplina à prática de meditar. A busca já atinge enorme retorno de paz.

Afirmam os lamas que por meio do esforço é possível chegar-se a esse estado em vida, mas se for de todo impossível, a morte não é o fim.

Ao renascer, você terá como ponto de partida todo o plantio da vida anterior.

Os budistas entendem que quem alcança esse estado não externa seu acontecimento. Se o fizer será um charlatão. Um princípio de oclusão que sob o pálio da censura, retira o direito da manifestação experimental, absolutamente legítima.

Seria como a internet hoje em analogia restrita. Toda banda larga é imprestável se a mente for estreita como largamente disseminado e visto

na internet, classificando Umberto Eco como imbecilidades visíveis.

E isso se mostra na repetência do mesmo, do eco invariável sem qualquer ensinamento, oco de fundo e forma, de tardio e inexistente desenvolvimento, quando a pretensão vai além de seus conhecimentos, e se reduz em compreensão e patina. Mas não deslegitima a experiência que se faz necessária sob vários motivos e conforta quem a exerce. Mas a muitos que são sérios no que fazem, a seriedade se impõe e por isso a revelação das experiências é necessária. Mas quem nada tem a dar e ensinar fica "pela rama" em movimento exclusivamente lúdico, legítimo, que serve a si sendo objeto do empirismo analítico até mesmo nas raias junguianas.

Buda legou à humanidade um método, para que cada um de nós também se identifique com essa divindade interna, estudada por Jung, a entidade una que está ligada a tudo e a todos. Muitos seguidores da crença, afirmam inexistir nesse propósito – divindade interior - similaridade com a crença católica. Seria criar-se quase uma heresia - afirmam os budistas - querer colocar-se no mesmo plano de Deus ou Jesus. Não concordo com tal colocação, logo que segundo a crença cristã, “fomos criados à semelhança de Deus”. Tal conteúdo não importa. Tudo que há de bom, notável e aproveitável em qualquer crença, filosofia ou ideal de Estado, deve ser absorvido, vivido, assimilado e aproveitado, e estudado. E o grande e fantástico passo de Buda nas profundezas do ser é, sem dúvida, “o novo estado de consciência” fruto da meditação, que nos leva a esse ser interior maravilhoso que somos nós mesmos, sem véus ou presunções, projetados pelos fracos e limitados, estado de consciência que necessita "estar desperto".

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/08/2018
Reeditado em 18/08/2018
Código do texto: T6422625
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