Estou sempre antes ou depois.

Sinto-me como uma criança perdida que busca a mãe no supermercado lotado e fica olhando para os lados, não a encontra, então segue solitária até encontrar alguém. Sinto-me como um mendigo que perambula confuso pelas ruas, em busca de sua moradia, mas está perdido no submundo da sua alma, tal a dor que lhe invade. Não consigo me achar, parece que não existe lugar para mim nesse mundo, estou sempre antes ou depois, nunca chego na hora para nada. Estou perdida no meu submundo de dúvidas, Omissões, inverdades e verdades que não tenho coragem de dizer .Sinto-me submergida em todos os lugares: no trabalho, no meu apartamento, nas ruas barulhentas em que ando, na casa da minha mãe, nada nesses lugares me prende, quero ir embora sempre, mas para onde?. Sinto-me sufocada, possuo uma ânsia continua e dolorida se estou com meus filhos, quero te encontrar, se estou contigo, quero meus filhos.Sinto- me perdida por tuas promessas não cumpridas, por tuas omissões práticas e ao mesmo tempo por tuas verdades cítricas. Só não me sinto perdida quando adormeço nos teus braços, pois és meu abrigo e morada, assim não penso no amanhã. Deliro que não vais embora mais uma vez e que posso acreditar em ti, que não és uma continuidade de fragmentos de inverdades ou omissões como tu chamas as tuas mentiras. Deliro que não preciso dos meus filhos, só enlouqueço mesmo por que não consigo habituar-me sem eles, Porém para dormir nos teus braços todas as noites, preciso perdê-los ou precisarei te deixar ir. Então, habitarei perdida sempre...

Marisa Piedras
Enviado por Marisa Piedras em 22/08/2018
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T6426802
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