Inação fiscalizatória

Nada mais nos espanta em nossa cidade, no país. Já não podemos dizer que seja incrível o número de mulheres, em geral jovens e bonitas, que ficam deformadas ou perdem a vida em decorrência de cirurgias estéticas, de lipoaspiração, etc. Cirurgias realizadas em clínicas suspeitas – quando não é na própria residência do seu dono –, sob a responsabilidade de médicos com registro cassado na área em que atuam ou de formandos ainda não habilitados ao exercício da profissão. Ou simplesmente de curiosos, atrás de um modo fácil de ganhar dinheiro.

Sem dúvida não é eficiente ou apropriado o trabalho exercido pelos órgãos credenciados a fiscalizar tais “profissionais” da medicina, porque eles atuam livremente em todo território nacional, com direito pleno à divulgação de suas atividades pela internet. O que aguça e atrai a vaidade de mulheres, em sua maioria, que às vezes nem precisavam tanto de correções em suas curvas ou aparência final. Sendo presumível, imaginamos, que teria sido melhor se ficassem como sempre foram a perderem a vida.

Por que essa “eficiência” fiscalizatória não é igual à exercida nos casos de pedofilia? Observamos que pedófilos, como não poderia deixar de ser, rapidamente são presos ou impedidos de atuar, o que não acontece com falsos médicos ou médicos sem credenciamento, experiência ou competência. E que realizam verdadeiros atentados contra a vida das pessoas, especificamente mulheres, num caso, e menores ou incapazes no outro.

Rio, 18/07/2018

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 26/08/2018
Reeditado em 26/08/2018
Código do texto: T6430290
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