A GRAÇA CAIU EM DESGRAÇA
Qual é a graça? Ri de quê? O último que “rir”... apague as luzes. Alguém disse um dia que o Brasil era um país singular, que tinha um povo sofrido mas feliz.
Um elogio?!!
Trabalhava de sol a sol e ria o dia todo, todos os dias. Ria até de si mesmo. Bastava um deslize, um mero escorregãozinho de um ou de uma colega para que virasse chacota.
Me perguntem se a criatura ficava P da vida ou se processava alguém por bullying? Qual nada. Rachava o bico junto e ainda dava uma reboladinha pra provocar, ao estilo de uma animação da Brahma, cujos caranguejinhos da praia debochavam do sujeito mostrando a bunda, seguido de um NA-NANA-NA!!!
Em tempo: no Brasil REAL dos BRASILEIROS experimente mostrar a bunda pra ofender alguém como fazem os gringos das bundas brancas e chatas. Pode não dar muito certo! E depois não digam que não avisamos, hein!!!
Tá bom, o clima deixa o brasileiro mais soltinho, menos carrancudo. Verdade? É o que dizem. Dizem mais; que somos alegres por sermos miscigenados. Uma feijoada étnica. Somos alegres como os negros africanos, temos o samba no pé, na boca o sorriso e na essência o bom humor e a simpatia. Bem, mas darei uma péssima notícia. Isso tudo acabou.
O Brasil começou a perder força no humor com a morte de Mazzaropi, Ronald Golias, Costinha, Derci Gonçalves.
E bateu com as dez o Chico Anysio. Subiu José Vasconcellos e aquietou-se Rogério Cardoso. Mussum morreusis. Zacarias; ih,ih, ih... foi.
Nair Belo, Hebe Camargo e Canarinho voaram para o andar de cima, morrendo de rir.
Jorge Loredo, o vulgo Zé Bonitinho... idem.
Walter D’Ávila, Marcos Plonka... the end. O grande..."cara-crachá-cara-crachá" Paulo Silvino, ou simplesmente “Severinoooo!”, não corre mais “riscos” diante do diretor rabugento.
O Brasil está ficando sem graça diante da desgraça política que anestesia a todos e nos priva do riso. Jô Soares não foi, mas parou. Agildo Ribeiro... foi. Pânico na TV... entrou em pânico e morreu. No programa Pânico na internê, o Emilio Surita não tem mais a companhia de Bola (seu parceiro desde o início do programa) e Carioca.
Separaram-se!
A duras penas Emílio tenta manter viva a atração, mas com menos musculatura. Não é para menos, talento está em falta no mercado. Triste cenário para o entretenimento.
Minto, têm uma galera aí arriscando uns Stand Ups morninhos, paródias e paráfrases médias. Na música, a coisa está ainda pior.
Morreu a MPB, o Samba e o Pagode vai mal das pernas.
A Bossa nova perdeu João Gilberto, que foi para o palco da cobertura.
Restaram os Sertanojos Universitários das calças agarradas e saias curtas.
A música para este gênero até conta, mas menos. O que vale é a melosa sensualidade. As vozes trêmulas são medíocres e o saldo abominável. Axé de qualidade tem um pouco aqui ou alí, pra compensar na balança.
Reggae e outros tentam sobreviver como podem. Minguando.
O Brasil está sem graça. A gargalhada cedeu lugar às onomatopeias: “kkkkkkkks”, “rsrsrsrsrs”. O ser humano virou “Emoticons” com suas carinhas redondas e amarelas simulando o humor. O YouTube e o Spotify concentram um pouco de tudo na rede. A continuar neste ritmo, rezem para não cair o sinal. Sem conexão... ferrou de vez!